Antes, o TS irá pronunciar-se sobre a questão do intérprete de mandarim que solicitou, na semana passada, ao Ministério das Relações Exteriores (MIREX) para facilitar na comunicação com o arguido chinês, Yiu Haiming, director da CIF, acusado de participar no esquema.

De facto, este julgamento só poderá arrancar esta quarta-feira caso o TS tenha conseguido o intérprete e o Tribunal Constitucional (TC) respondido ao pedido de recurso ordinário de inconstitucionalidade, feito pelas empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited, arguidas no processo, o que levou o Supremo a interromper a audiência por oito dias.

O advogado Benja Satula, que representa as empresas chinesas, diz ter solicitado no ano passado um pedido de recurso ordinário ao juiz presidente do TS, após o fim da instrução contraditória, mas este indeferiu-o, o que o levou a recorrer ao Tribunal Constitucional, que aceitou o pedido no passado mês de Fevereiro, mas que ainda não se pronunciou.

Entretanto, o TS solicitou ao Constitucional, na semana passada, o parecer deste recurso, para o andamento do julgamento.

Os generais "Kopelipa" e "Dino" são acusados de vários crimes, como tráfico de influências, branqueamento de capitais, falsificação de documento, associação criminosa e abuso de poder, sendo também arguidos o advogado Fernando Gomes dos Santos e as empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited.

Importa lembrar que, embora não esteja a ser julgado, Manuel Vicente, antigo vice-Presidente da República, aparece na acusação de "Dino" e "Kopelipa" em vários momentos, com o Ministério Público a garantir que o ex-patrão da Sonangol prejudicou o Estado em vários milhões de dólares, em conluio com os arguidos.