A defesa das empresas chinesas, Benja Satula, disse não entender a posição do Tribunal Constitucional, que dá permissão para o arranque do julgamento ao TS, apesar de ter aceitado o pedido de recurso de inconstitucionalidade, a que ainda não respondeu.
O TC fundamenta que ainda não decidiu sobre o pedido de recurso ordinário de inconstitucionalidade, e que se tratando de um despacho interlocutório, o seu efeito é meramente devolutivo e não suspende o decurso normal da audiência de julgamento.
Sendo assim, o TS decidiu dar prosseguimento a este mediático julgamento que envolve dois antigos homens de confiança do antigo Presidente José Eduardo dos Santos.
Antes, o tribunal resolveu a questão que também criava impasse ao andamento do julgamento, que era o facto de não ter sido indicado pela justiça um intérprete de mandarim para o arguido chinês, Yiu Haiming, então director da CIF- Angola, acusado de participar no esquema que defraudou o Estado em mais de mil milhões de dólares.
Entretanto, o MIREX, órgão do Estado a que o tribunal solicitou o enviou de um tradutor, não respondeu à solicitação deste tribunal superior, facto que levou o TS a solicitar, como alternativa, à INTERPOL, um intérprete de mandarim para o cidadão Yiu Haiming.
Entretanto, este órgão internacional da polícia criminal enviou dois intérpretes ligados ao SIC, que prestaram juramento nos autos.
Por pouco o julgamento voltaria a ficar interrompido, porque os intérpretes asseguram que tinham dificuldades em traduzir alguns termos jurídicos do processo ao arguido.
Essa questão gerou uma forte onda de discussão entre as partes, com o Ministério Público a propor uma interrupção do julgamento, facto que a defesa de Yiu Haiming, Adriano Sopulenta, recusou e o tribunal aceitou pelo facto de não estarem em face de produção de prova.
Sendo assim, a defesa do Yiu Haiming apresentou ao tribunal a constatação e pediu absolvição do arguido dos crimes de que está pronunciado.
O julgamento prossegue na próxima semana, com as respostas pendentes do tribunal e do MP, de questões prévias.
Os generais "Kopelipa" e "Dino" são acusados de vários crimes, como tráfico de influências, branqueamento de capitais, falsificação de documento, associação criminosa e abuso de poder, sendo também arguidos o advogado Fernando Gomes dos Santos, o cidadão chinês Yiu Haiming, da CIF, e as empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited.