Nas últimas horas foram notificados, segundo o Ministério da Saúde, 231 casos de cólera, sendo 98 no Namibe, 35 no Cuanza Sul, 26 na Huíla, 22 em Luanda, 14 em Benguela, sete no Cuanza Norte, seis em Cabinda, cinco no Cubango, no Icolo e Bengo e no Zaire, quatro na Lunda Norte e em Malanje.

Para além dos óbitos no Namibe e na Huíla, foi reportado um na província de Luanda.

Nas últimas horas receberam alta 246 pessoas e actualmente estão internadas 432 pessoas com cólera.

Desde o início da epidemia foi reportado um total cumulativo de 21.744 casos, sendo 6.584 em Luanda, 4.617 em Benguela, 3.004 no Bengo, 2.120 no Cuanza Norte, 1.263 no Cuanza Sul, 1.194 no Icolo e Bengo, 1.118 em Malanje, 1.030 no Namibe, 301 na Huíla, 210 em Cabinda, 124 no Zaire, 62 na Lunda Norte, 56 no Cubango, 41 no Huambo, 16 no Uíge, dois no Bié, um no Cunene e um na Lunda Sul.

Ocorreram desde Janeiro 653 óbitos, dos quais 213 em Luanda, 118 no Bengo, 107 em Benguela, 68 no Cuanza Norte, 36 no Cuanza Sul, 31 no Icolo e Bengo, 30 em Malanje, 23 no Namibe, 11 na Huíla, dez no Zaire, três em Cabinda, dois na Lunda Norte e um no Huambo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) assinaram esta quarta-feira, em Luanda, um memorando de entendimento de apoio ao Governo angolano na resposta de emergência para travar a propagação da cólera.

A iniciativa conjunta visa reduzir a mortalidade relacionada com a cólera em 75% nas províncias mais afectadas nos próximos quatro meses, através de acções de emergência dirigidas a mais de 500 mil pessoas em todo o país, com especial incidência nas crianças, idosos e pessoas com deficiência

"Travar a propagação: acelerar as intervenções contra a cólera que salvam vidas em Angola" é o nome do projecto que "inclui intervenções cruciais nos domínios da saúde, da água, saneamento e higiene (WASH), e que conta com o apoio financeiro da União Europeia, no valor de 1 milhão de euros", dizem ambas as organizações em comunicado.

Angola está actualmente a braços com uma das mais graves epidemias de cólera das últimas décadas. Até 21 de Maio, foram registados mais de 21 000 casos e quase 700 mortes em 18 das 21 províncias do país.

Segundo o comunicado, a taxa de mortalidade é de 3,7%, "ultrapassando o limiar de emergência da OMS de 1%.

O plano de acção conjunto integra iniciativas que incluem o estabelecimento de pontos de re-hidratação oral e de centros de tratamento da cólera; formação de profissionais de saúde e de voluntários comunitários; expansão do processo de cloração da água e da promoção da higiene nas zonas afectadas.

Inclui igualmente o reforço da capacidade de vigilância e diagnóstico das doenças; o apoio à implementação de uma campanha de vacinação reactiva contra a cólera; e o envolvimento das comunidades, com voluntários a facilitar diálogos sobre comportamentos de protecção e a distribuir kits de prevenção da cólera às famílias.

"O acordo ora assinado está alinhado com o Plano Nacional de Prevenção e Controlo da Cólera de Angola e afigura-se como um investimento crucial na futura segurança sanitária do país", refere o comunicado.

Como o Novo Jornal tem vindo a alertar, os dados recolhidos em diversos estudos internacionais, com incidência nos países menos desenvolvidos, indicam que em média existem mais quatro doentes por cada um confirmado laboratorialmente.

A razão principal para esta disparidade é que as unidades de saúde nem sempre dispõem dos componentes básicos para a testagem e porque muitos dos casos são assintomáticos, embora estes portadores do vibrião colérico, agente responsável pela doença a continuem a transmitir na comunidade em que estão inseridos.

Água e alimentos infectados e mal higienizados são a principal causa na transmissão comunitária da cólera.

A vacina e a higiene são os métodos mais eficazes para combater a propagação desta doença, considerada globalmente como uma infecção do 3º mundo.

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