Em Angola, um dos cinco países que não conseguiram erradicar esta doença parasitária causada pelo vírus dracunculos medinensis, verme longo de cor branca que chega a medir 60 a 100 centímetros, a infecção está a espalhar-se por 21 aldeias da província do Cunene.

A informação foi avançada à Rádio Nacional pelo ponto focal da dracunculose da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Cunene, Mavitindi Sebastião, que pediu vigilância contínua, controlo de animais suspeitos e distribuição de filtros pela população.

O consumo de água imprópria pela população do Cunene, que se vê a braços com a seca persistente está na origem desta doença, que afecta animais e pessoas.

é uma preocupação de saúde pública devido aos seus efeitos debilitantes e ao impacto socioeconómico nas

Segundo a OMS, a doença não tem tratamento e a prevenção constitui a medida mais segura e eficaz para evitar a sua transmissão.

Em 2020, a dracunculose foi declarada endémica em Angola após a confirmação de casos e/ou infecções autóctones durante três anos consecutivos.

O tratamento para esta doença, que está quase erradicada em todo o mundo e só se mantém activa em locais com pobre resposta na área da saúde e saneamento, é extrair o verme que a provoca na lesão cutânea que o alberga, de forma cuidada e lenta, indicam as autoridades sanitárias que lidam com esta infecção que provoca ainda artrite debilitante.

Há cerca de quatro décadas, nos anos de 1980, a doença atingia cerca de 3,5 milhões de pessoas, quase em exclusivo nos países mais pobres de África, mas os esforços colocados na interrupção da transmissão, que são basicamente melhorar a higiene e o saneamento e acesso a água potável permanentemente, levaram à sua quase erradicação.

A infecção acontece através da ingestão de água contaminada e as larvas do verme são libertadas alojando-se nas paredes dos intestinos e chegam à idade adulta em cerca de 12 a 14 meses e só conseguem manter-se activos ao atingir a pele humana, onde geram feridas e ulcerações, mas ficam expostos à possibilidade de serem removidos por técnicos de saúde.