Cresce o número de cidadãos diagnosticados com doenças cardiovasculares no país. Dados oficiais indicam que 27 por cento dos óbitos registados nos hospitais públicos são causados por doenças como Acidente Vascular Cerebral (AVC), hipertensão, angina de peito, enfarte agudo do miocárdio, cardiopatia hipertensiva, febre reumática, miocardiopatia, arritmia cardíaca, cardiopatia congénita, valvulopatias, cardite, aneurisma da aorta, doença arterial periférica e trombose venosa.

A cifra (27%) já representa mais de um quarto dos casos de mortalidade em cidadãos entre os 30 e os 69 anos. A tendência, segundo alguns especialistas, é que o número cresce nos próximos anos.

O Novo Jornal sabe que as unidades sanitárias públicas do país continuam sem equipamentos e especialistas para dar resposta ao problema.

No hospital Américo Boavida, por exemplo, segundo apurou o NJ, os serviços de cardiologia há muito tempo que estão a funcionar «a meio gás» devido à falta de aparelhos para exames como electrocardiograma e ecocardiograma.

Os pacientes que procuram por estes serviços, embora sejam atendidos pelos poucos especialistas em serviço naquele hospital público, fazem seus exames em clínicas e laboratórios privados, onde os custos são elevados. No Hospital Geral de Luanda, a média de atendimento chega aos 20 por dia, segundo constatou o NJ.

A falta de dinheiro «forçou» o encerramento, há mais de dois anos, do único centro no maior hospital público do país, o Josina Machel. O centro era gerido por uma parceria público-privada e disponibilizava serviços de cardiologia e cirurgia cardíaca. Por enquanto, aquela unidade hospitalar realiza apenas procedimentos cirúrgicos simples como a implantação de marca-passo (aparelho recomendado para pacientes com frequência cardíaca lenta).

Uma fonte do Ministério da Saúde (MINSA) disse ao NJ que está em estudo um novo modelo de parceria público-privada para a reabertura do centro, que se espera ser menos onerosas para o Estado.

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