Segundo o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República e coordenador da comissão interministerial, Francisco Pereira Furtado, os contrabandistas estão a optar por outros "modus operandi" e estão a usar crianças e adolescentes no contrabando.
"Hoje percebemos melhor a profundidade da estrutura organizacional dos contrabandistas, que envolve agentes públicos, autoridades tradicionais e entes privados a vários níveis, que se serviam, e ainda se servem, de posições privilegiadas nas estruturas públicas e de interesse público para instigar, facilitar o processo de contrabando de combustíveis, imigração e pesca ilegais e tráfico ilícito de minerais estratégicos", disse o ministro de Estado.
Segundo a comissão, os contrabandistas têm como referências territoriais a província do Zaire, cujo controlo do fluxo de abastecimento de combustíveis aos postos de abastecimento observa um maior rigor das autoridades.
Conforme o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do PR, o Governo está preocupado pelo facto de nestas circunstâncias os cidadãos, comerciantes, camponeses e taxistas, entre adultos, jovens e mulheres, terem adoptado a prática do contrabando como um meio de renda normal.
"Trata-se claramente da busca e apetência pelo lucro fácil por parte dos indivíduos, familiares e até crianças", denunciou Francisco Pereira Furtado.
Segundo a comissão, dados apontam para a existência de redes organizadas de contrabando, especialmente em regiões fronteiriças como a República Democrática do Congo e a Zâmbia.
Vale lembrar que, em Setembro de 2024, o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do PR já havia denunciado o envolvimento de governantes, generais, comissários, assim como sobas no contrabando de combustível, cujos processos-crime decorrem sob averiguação da Procuradoria-Geral da República (PGR).