Ao início da manhã de hoje, as autoridades policiais lançaram um comunicado, dizendo que a operação em causa investiga "a prática dos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro".
De acordo com a mesma nota, esta operação foi desencadeada para "esclarecer quais as razões para a Odebrecht ter celebrado contratos, entre 2012 e 2015, com uma empresa de construção civil de pequeno porte com sede em Santos para a realização de obras complexas em Angola".
No texto lê-se que apenas pelos seus "serviços nas obras de reforma do complexo hidroeléctrico de Cambambe", em Angola, a empresa recebeu "3,5 milhões de reais" (cerca de um milhão de dólares), embora a obra tenha recebido financiamento do BNDES de "464 milhões de dólares".
A delegada Fernanda Costa de Oliveira, que está à frente da operação, citada pelo jornal Globo, disse que estão a investigar a possibilidade de "tráfico de influência envolvendo ex-agentes públicos, Odebrecht e o (estatal) BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social)".
O inquérito foi aberto a 23 de Dezembro e, desde então, a polícia vem cruzando informações sobre as viagens do ex-chefe de Estado brasileiro a África e de reuniões que teria tido no BNDES.
Segundo a delegada, tudo indica que o financiamento do banco estatal de desenvolvimento para a construtora ocorreu sem irregularidades.
Porém, recaem suspeitas sobre as negociações que levaram o banco a dar dinheiro à Odebrecht que, depois de receber a ajuda, contratou uma empresa aparentemente sem qualificação.
A polícia já descobriu indícios de que a empresa de Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho da ex-mulher de Lula da Silva, só existia no papel e não teria condições para executar os serviços contratados.
A investigação tem em conta depoimentos e documentos aprendidos hoje no âmbito da Operação Janus.