A informação foi transmitida à Lusa pelo vice-presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), o arcebispo José Manuel Imbamba, garantindo que em outros pontos do país as respectivas emissoras "continuam a ser montadas", uma vez que grande parte do equipamento que tinha sido adquirido ficou "obsoleto".
"Neste preciso momento seis estão já a emitir em fase experimental, nomeadamente nas províncias do Moxico, Malanje, Benguela, Bengo, Huíla e Lunda-Sul, portanto estas seis dioceses têm já as rádios a emitir de forma experimental", disse.
Após vários anos arrumados, à espera de licença para operar, grande parte dos aparelhos adquiridos e distribuídos pelas províncias, para funcionamento da Rádio Ecclésia, acabaram por avariar, explicou José Manuel Imbamba.
A anuência para expansão do sinal da Rádio Ecclésia, de Luanda para todo o país, foi dada pelo Presidente da República de Angola, João Lourenço, a 08 de Janeiro.
"Devemos reconhecer que, por razões que não importa adiantar aqui, a Rádio Ecclésia não conseguiu até aqui fazer essa mesma extensão do sinal", salientou.
O Chefe de Estado referiu que desde que seja respeitada a Lei da Radiodifusão, a emissora católica "pode perfeitamente expandir o seu sinal a todo o território nacional".
"Se tem os investimentos feitos para que assim possa acontecer pode começar de imediato, se não, que se prepare, que faça os investimentos necessários, na certeza de que da nossa parte nós não encontramos problema absolutamente nenhum em que a Rádio Ecclésia estenda o seu sinal a todo o território nacional", reiterou.
Renovação dos estatutos da Ecclesia em curso
De acordo com José Manuel Imbamba, que é o também arcebispo de Saurimo, capital da província angolana da Lunda-Sul, o processo de extensão do sinal da emissora prossegue, decorrendo igualmente a "elaboração de um pacote legislativo que deve incluir a renovação dos estatutos da Rádio Ecclésia".
"Porque antes a rádio estava apenas centrada em Luanda e agora terá já abrangência nacional o que leva a revisar os seus estatutos, inclusive o seu aspecto empresarial ou não que precisa igualmente ser definido, e exige um pacote específico para poder se enquadrar no pacote legal em voga no país", observou.
Questionado sobre a sustentabilidade dessas emissoras provinciais que vão surgindo no âmbito da expansão do sinal da Ecclésia, o vice-presidente da CEAST referiu que esta questão está equacionada, sendo que o maior suporte virá das comunidades cristãs.
"E é por isso que as comunidades cristãs também estão a ser chamadas a porem ao dispor dessas estações todo o apoio necessário porque as sustentações virão da própria comunidade sem colocar de parte todas as ajudas externas que possamos receber", explicou.
Quanto ao papel que deve desempenhar a Rádio Ecclésia, a partir do centro de Luanda, José Manuel Imbamba, sublinhou que a emissora "mãe" continuará "ligada à sua diocese" e com a missão ainda de " acompanhar e monitorar todas outras estações".