Segundo o SIC, tudo quanto "Man Gena" denunciou na internet não está comprovado e aconselha o denunciante a apresentar provas das acusações do que delatou.

Conforme o SIC, quem acusa deve apresentar factos do que diz, sublinhando que "Man Gena" tem agora "a soberba oportunidade de as comprovar".

"Em razão da matéria, o SIC levantou e despoletou um conjunto de investigação e não conseguiu apurar os dados apresentados na denúncia. Agora que está presente às autoridades judiciárias angolanas, o denunciante tem a soberba oportunidade de ajudar as autoridades a provar os factos", referiu aos jornalistas o porta-voz do SIC-geral, superintendente-chefe Manuel Halaiwa.

Segundo Manuel Halaiwa, "Man Gena" foi encaminhado esta quarta-feira ao Ministério Público, para os passos subsequentes da justiça.

Manuel Halaiwa disse que o SIC está disponível e pronto para investigar todos os factos que forem provados.

Conforme o Serviço de Investigação Criminal, o denunciante acusou altas figuras da Polícia Nacional, das Forças Armadas, do SIC e de instituições do Estado, mas não provou nada.

Já a cidadã clemência Suzete Vume, de 26 anos, esposa do "Man Gena", disse à imprensa, numa unidade hoteleira onde esteve sob custódia do SIC, que muitas das provas foram perdidas num assalto que sofreram na sua residência em Luanda, e lamentou o facto de o esposo estar detido.

Segundo a mulher, tão logo o avião aterrou em Luanda, no domingo, o seu esposo foi logo entregue às autoridades policiais e já não manteve contacto com ele.

Serena, e sempre ao lado dos filhos, Clemência Suzete Vume disse que desde que chegou foi sempre bem tratada pelas autoridades.

"Eu e as crianças estamos bem! Quero que apenas que as autoridades soltem o meu esposo porque daqui a pouco eu vou dar à luz e precisamos dele", disse a esposa, gestante.

Clemência Suzete Vume reconhece que ela, o esposo e os filhos entraram ilegalmente no território moçambicano, mas lamentou o facto de as autoridades daquele país os ter tratado muito mal.

"Desde que chegámos a Moçambique fomos submetidos a um cárcere privado de um ano. As autoridades moçambicanas trataram-nos muito mal", referiu.

O Novo Jornal sabe que "Man Gena" será presente a um juiz de garantia, nas próximas horas, para a regularização da sua situação.

Eugénio Quintas, ou simplesmente "Man Gena", pertenceu a uma rede de tráfico de droga no País. Ficou preso durante nove anos. Depois desvinculou-se da rede criminosa e começou a colaborar com a Polícia, segundo as suas declarações na internet.

Citou nomes de alegados barões de droga em Angola, que estão ligados ao SIC, FAA, e à PN. Falou também de um navio angolano apreendido em Espanha, com drogas diversas (toneladas de cocaína). O homem acusou uma alta entidade do SIC de estar envolvida no contrabando de combustível, e falou ainda da morte de pessoas de grupos criminosos, com conivência das autoridades policiais.

O porta-voz do SIC-geral, superintendente-chefe Manuel Halaiwa, disse ao Novo Jornal que o denunciante está agora a ser indiciado por vários crimes, entre os quais calúnia e difamação, assim como de ultraje à figura do PR e outros órgãos de soberania.