O combate à praga de gafanhotos vai contar com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla do inglês Food and Agriculture Organization) em Angola, e consiste na pulverização de insecticidas dispersados por via aérea.
Esta praga de gafanhotos teve origem na vizinha Namíbia e já destruiu vários hectares de cereais no município de Dirico. As nuvens negras destes insectos sobrevoam também Calais.
Outros municípios da província de Kuando Kubango têm sido igualmente afectados por pragas de gafanhotos, como o Rivungo, que em Outubro de 2020 se viu a braços com milhões de gafanhotos vindos da Zâmbia e que provocaram a destruição de plantações de milho e campos hortícolas, nas zonas ribeirinhas.
Segundo o administrador de Dirico, Miguel Cassela, as autoridades estão, para já, sem meios para combater a praga, entre os quais viaturas.
Em declarações à Rádio Nacional de Angola, o responsável disse que estão a utilizar pulverizadores, mas devido à extensão da zona, os efeitos são insignificantes.
"Nem se consegue pulverizar um hectare, é insignificante, e ainda com a falta de viaturas para poderem movimentar-se mais", afirmou Miguel Cassela.
A praga dos gafanhotos é considerada uma das mais destrutivas do mundo. Apenas um enxame pode contar com 150 milhões de gafanhotos e a experiência das organizações internacionais indica que o recurso a meios aéreos é a única forma eficaz de combater este tipo de praga, que, por dia, pode consumir o suficiente para alimentar uma comunidade de 50 mil pessoas.