"Apesar de abrandar o progresso desde 2019, Angola é o quinto país que mais melhorou ao longo da década", refere o relatório da Fundação Mo Ibrahim, que descreve esta subida como "impressionante".

Na subcategoria Anticorrupção, o país melhorou em cinco dos seis indicadores subjacentes, alguns dos quais de forma acentuada, ao contrário de outros países com pontuações mais elevadas, que registaram grandes descidas, como o Botswana, a África do Sul e as Maurícias.

Já Moçambique sobressai no IIAG 2024 pela negativa, tendo descido da 24.ª posição no IIAG em 2014 para 28.º em 2023.

O país integra um conjunto de 11 países (Botswana, Burkina Faso, Eswatini, Guiné, Maurícias, Moçambique, Nigéria, Senegal, Sudão, Tunísia, Uganda), correspondente a 29,3% da população africana, onde a deterioração se agravou entre 2019 e 2023.

Cabo Verde (3.º lugar em 2023, mesmo em 2024), São Tomé e Príncipe (12.º em 2023, 10º em 2014) e Guiné-Bissau (44º em 2023, 41.º em 2014) também estão assinalados como registando sinais de alerta.

Estes países estão entre 11 países (Argélia, Cabo Verde, República Centro-Africana, Chade, Etiópia, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Zimbabué) que tiveram uma melhor pontuação em 2023 do que em 2014 mas cuja avaliação geral se deteriorou nos últimos cinco anos.

Como pontos positivos, Cabo Verde, evidencia-se, ao lado da Namíbia, Botsuana, África do Sul e Lesoto, por dedicar mais de 10% do seu Produto Interno Bruto (PIB) à saúde e à educação, sectores onde as melhorias foram notórias.

Publicado bianualmente desde 2007, o IIAG avalia o desempenho da governação pública de 54 países africanos ao longo de períodos de 10 anos.

Os dados provêm de 49 fontes independentes e baseiam-se em 322 variáveis, agrupadas em 96 indicadores de governação, que estão organizados em 16 subcategorias e quatro categorias principais: Segurança e Estado de Direito; Participação, Direitos e Inclusão; Fundação de Oportunidades Económicas; Desenvolvimento Humano.

Este estudo permite atribuir pontuações e identificar tendências específicas ao nível continental, regional e nacional africano em áreas como a segurança, justiça, direitos civis, ambiente económico e saúde.