Um dos passageiros, prestes a completar 73 anos, que dormiu numa das poucas cadeiras disponíveis, contou ao Novo jornal que não lhes foi sequer dada a possibilidade de regressar a casa para esperar por um novo vôo, tendo a TAAG instalado algumas pessoas no lounge, onde foram servidos uns "bolinhos miseráveis".
Com a viagem a bater os 2,2 milhões de kwanzas em executiva, o passageiro lamenta que o serviço da TAAG não corresponda aos "mínimos" e conta que só esta manhã os tabuleiros voltaram a ser enchidos com algumas sandes e bolinhos "que rapidamente desapareceram, pois o vôo com destino a São Paulo estava quase completo".
Informações entretanto prestadas por uma passageira que viaja em classe económica dão conta de que a primeira comunicação do comandante foi no sentido de justificar o atraso da descolagem com a chegada de um vôo do Presidente da República, mas uma hora depois o mesmo comandante avisava que o cancelamento se devia a uma avaria.
A mesma passageira, que viaja com uma criança de quatro anos, disse ao Novo Jornal que depois das 02:30 da manhã, os passageiros com bilhete para a classe económica, que tinham sido instalados na sala de embarque, invadiram o lounge, informação confirmada por outros passageiros.
A TAAG, contactada pelo Novo Jornal, explicou que, perante a avaria das luzes de emergência do avião, o comandante teve de cancelar o vôo e mandar sair os passageiros. O responsável pela comunicação da companhia garante que imediatamente foi activado o protocolo.
Em nota de esclarecimento, a TAAG explica que o voo DT 747, de quinta-feira, dia 27 de Outubro, com partida prevista de Luanda às 21h30 e chegada a São Paulo às 06h00 foi cancelado por razões técnicas relacionadas com as luzes de emergência na cabine impactando a programação do itinerário (ida-volta) Luanda/São Paulo/Luanda, que seria operado pela mesma aeronave.
A TAAG diz que "foi feita a comunicação de não-vôo aos passageiros pelo staff operacional e canais habituais sendo que as equipas estão a coordenar esforços para um vôo de reposição sinalizado para as 12h00 28 de Outubro.
"Os passageiros locais foram sensibilizados para o regresso a casa, estando as equipas em permanente contacto sobre a hora prevista de vôo", refere a companhia aérea, que garante que aos passageiros em trânsito, não-residentes em Luanda, foi disponibilizado o Lounge Executive e todos os serviços inerentes como medida imediata.
"A acomodação em hotel está prevista como medida de proteção também neste segmento, todavia, dada a expectativa inicial de se ultrapassar a questão na própria aeronave e posteriormente dada a perspectiva da proximidade do novo horário do voo de compensação (numa outra aeronave), não se chegou a efectivar esta acomodação", lê-se igualmente no comunicado.
"Qualquer questão, mesmo de detalhe na aeronave que seja considerada safety issue (problema de segurança) é suficiente para fazer o avião ficar em terra, por motivos de segurança. No entanto, as equipas estão no terreno a procurar dar solução a esta situação", refere por último a TAAG, que afirma lamentar os transtornos causados aos passageiros e clientes.