Esta quinta-feira, 15, na província do Zaire, o Governo angolano reuniu com a Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola (ATROMA) e garantiu-lhes que no prazo de uma semana vai fazer sair um decreto que determina a reciprocidade nas taxas aduaneiras nas fronteiras entre os dois países.
A informação foi avançada ao Novo Jornal pelo presidente da ATROMA, António Gavião Neto, que assegurou que finalmente o Executivo ouviu e atendeu o clamar dos transportadores que semanalmente atravessam a RDC para levar mercadorias para a província angolana de Cabinda.
Os transportadores angolanos pagam por mês 120 mil dólares para entrar em território da RDC, enquanto os da RDC pagam apenas 1.500 USD, em Angola, e é esta a razão de fundo para o descontentamento dos profissionais da estrada que se deslocam entre Angola e a República Democrática do Congo (RDC), que ameaçavam voltar à greve nesta sexta-feira se nada fosse feito pelo Governo.
Ao Novo Jornal, a Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola assegura que a situação faz com que haja uma alta de preços em Cabinda, o que prejudica a população. E não entendem porque é que Angola permite que os transportadores congoleses paguem menos 3.950 dólares de taxa aduaneira, de cada vez que entram no seu território, visto que o volume de carga e a distância de percurso são iguais.
O presidente da ATROMA assegurou ao Novo Jornal que a falha estava do lado angolano, que agora a corrigiu, visto que não olhava para a defesa dos seus transportadores.
Segundo António Gavião Neto, a ATROMA exige apenas que os operadores congoleses paguem em Angola os mesmos valores que os operadores angolanos pegam em território congolês.
Esta sexta-feira, 16, a ATROMA contou ao Novo Jornal que os transportadores receberam garantias do Governo de que haverá reciprocidade de acções e que vão pagar na RDC, aquilo que os congoleses pagam em território angolano, caso não for esse o entendimento do Governo da RDC, então os congoleses vão pagar também, em Angola, o valor de 4 mil dólares de taxa aduaneira.
"No nosso País, os transportadores congoleses têm todo o nosso respeito e apoio moral e técnico, mas nós os angolanos não vemos isso na RDC. Somos obrigados a pagar obrigatoriamente nos controlos, sob pena de nos reterem", contou o presidente da ATROMA, que agora diz-se satisfeito.