Os juízes vão agora ouvir explicações dos efectivos do SIC sobre como foi feita a captura e a detenção dos arguidos, que se dizem inocentes da acusação.
A sessão desta quarta-feira estava prevista para o passado dia 04, numa sessão que não teve lugar porque os Serviços Prisionais não tinham viatura para transportar um arguido, tal como apurou e noticiou o Novo Jornal na semana passada.
Segundo o tribunal, caso o interrogatório a esses oficiais de investigação termine dentro da hora prevista, entrar-se-á para a fase das alegações finais ainda hoje.
Em tribunal, os arguidos disseram que não foram eles os autores da morte e que simplesmente foram forçados a aceitar a acusação.
"Os agentes do SIC bateram com muita força à minha porta, esbofetearam-me e fizeram vários disparos em frente da minha família. Sem mandado de captura e sem saber as razões da minha detenção, fui levado a um lugar que parece secreto, na Centralidade do Kilamba, a que eles chamam Floresta, onde me acusaram de ter matado o professor e disseram que iria morrer por envenenamento", disse o arguido Adriano Júnior "Mula", de 33 anos, aos juízes.
Hélder de Ricardo "Pambala", de 23 anos, contou que almoçava num restaurante no Zango 8.000 quando foi surpreendido pelos agentes do SIC que lhe ordenaram que pusesse as mãos no ar.
"Tão logo levantei as mãos, fizeram um disparo que atingiu o braço esquerdo. Não entendi nada, fui levado, fui espancado, colocaram-me a pistola na cabeça enquanto diziam que iria morrer", relatou.
Em tribunal, os três principais arguidos no processo, de seis acusados, negam ter feito o que reza a acusação do MP.
Questionados sobre como assinaram o auto de instrução preparatória, estes disseram que foram obrigados a aceitar a história sob fortes ameaças de morte.
Entretanto, o Novo Jornal soube que, caso se conclua esta quarta-feira, a audição de interrogatório aos efectivos do SIC e das alegações, o tribunal poderá marcar a data para a leitura da sentença deste mediático caso, cujo julgamento teve iniciou em Agosto.