Para esta semana, a 3.ª secção criminal do Tribunal de Comarca de Luanda notificou nove dos mais de 200 declarantes para serem ouvidos pelos juízes e a defesa dos arguidos.
Entres os declarantes estão os nomes dos antigos responsáveis da Unidade de Guarda Presidencial (UGP), Alfredo Tyaunda e José João "Maua", antigos comandantes da UGP, Luís Simão Ernesto, antigo financeiro da Casa de Segurança, e tido como o "barão" da rede de oficiais, o chefe de Estado Maior da USP, coronel Santos Manuel Nobre, e o general Francisco Lombá Dias dos Santos, então secretário para os Assuntos de Interior e Polícia Nacional da Casa Militar.
Entre os mais de 200 declarantes encontraram-se os generais Hélder Vieira Dias "Kopelipa", Sequeira João Lourenço (irmão do Presidente República), Eusébio de Brito Teixeira, João Chindande e Inocêncio Yoba.
O Novo Jornal soube junto de uma fonte do tribunal que os generais Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa" e Sequeira João Lourenço serão ouvidos em tribunal nos próximos dias na qualidade de declarantes.
A fonte não precisou o dia exacto, mas o Novo Jornal sabe que o tribunal já os notificou para que estes antigos responsáveis da Casa de Segurança do Presidente da República sejam ouvidos em tribunal.
Os nomes dos generais Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa" e de Sequeira João Lourenço têm sido pronunciados várias vezes pelos arguidos em sede de julgamento como sendo os mandantes da Casa de Segurança da Presidência e como tendo conhecimento das práticas na UGP e na Casa de Segurança.
Na semana passada o tribunal terminou de ouvir em interrogatório os arguidos arrolados no processo cuja figura central é o major "miliário" Pedro Lussaty.
Na última, na sexta-feira, o tribunal ouviu em acareação o coronel Manuel Correia, antigo comandante da Unidade de Guarda Presidencial, ligado ao batalhão de transporte rodoviário da Casa de Segurança da Presidência no Kuando Kubango, que disse em tribunal ter entregado várias malas de dinheiro ao major Pedro Lussaty. Acusação que o major "milionário" refutou, dizendo não conhecer o coronel.
Os arguidos são acusados de crimes de peculato, associação criminosa, recebimento indevido de vantagens, participação económica em negócios e abuso de poder, e também de fraude no transporte ou transferência de moeda para o exterior do País, comércio ilegal de moeda, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e de falsa identidade.