A comissão técnica do Censo 2024 diz que alguns cidadãos estão a recusar fornecer os dados e a retirar os selos afixados nas portas, e garante que o processo decorre sem sobressalto, apesar de os agentes de campo relatarem uma realidade diferente da oficial.
A maioria da população acha que o processo é um fracasso e que não será possível em apenas dois dias conseguirem contar os agregados que faltam ser contados no processo, visto que há zonas em que nenhuma residência ou família foi até agora cadastrada.
Ao Novo Jornal, várias pessoas mostram-se insatisfeitas com o decorrer de processo, porque apenas vêem os agentes de passagem e não a trabalharem nos bairros na contagem das famílias.
Nos bairros do Curtume e Marcelo Caetano, do Cazenga, da Ponte Partida e do Piaget, em Viana, do Paraíso de baixo e da Vidrul, em Cacuaco, assim como outros, como aferiu o Novo Jornal, é "inexistente" o processo do censo para os habitantes.
Em diversos bairros do País, os cidadãos continuam a verificar a tímida presença nas ruas e bairros os agentes de campo.
Ao Novo Jornal, algumas pessoas denunciaram que existem supostos recenseadores que estão fixar selos do Censo 2024 em casas cujos proprietários nem sequer forneceram dados e nem foram inquiridos pelos agentes, o que acham estranho.
"Encontrei selo do censo afixado na minha porta, não havia ninguém em casa, perguntei aos vizinhos, uns realmente foram cadastrados, mas eu e muitos nem sequer vimos os agentes", contou Migue Joaquim, morador da Estalagem, em Viana.
Como Miguel Joaquim, outros cidadãos também se queixaram de encontrarem selo censitário nas suas portas, mesmo não fornecendo dados, para seu espanto.
A comissão multissectorial para o Censo 2024 garante estarem seleccionadas todas as questões de ordem logística verificadas na fase inicial, e faz uma a avaliação positiva do processo, embora os agentes de campo continuem a queixar-se de constrangimentos, maioritariamente técnicos, no manuseio dos Tablet.
Entretanto, a comissão multissectorial para o Censo 2024 garante que o exercício censitário não será prorrogado.
"Não haverá prorrogação, porque temos de obedecer às normas internacionais. O Censo está estabelecido em coordenação com as Nações Unidas", assegurou o coordenador da comissão, o general Francisco Pereira Furtado.