Deste lote de vacinas não se conhecem ainda quantas serão enviadas para Angola, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, explicou que a sua aquisição a outros países europeus que não precisam deles momentaneamente são para "reforçar as doações portuguesas" a este grupo de parceiros históricos, incluindo os cinco africanos e Timor-Leste.

"Nos termos deste acordo, Portugal adquire 200 mil doses de vacinas AstraZeneca à Hungria que serão usadas para reforçar as nossas doações de vacinas aos países africanos de língua portuguesa e a Timor-Leste", disse Augusto Santos Silva, citado pela Lusa.

O responsável pela pasta da diplomacia portuguesa lembrou, quando recebia este lote de vacinas, 200 mil, oriundas da Hungria, que o primeiro-ministro luso, António Costa, tinha anunciado, na recente cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Luanda, que Portugal iria triplicar as doações de vacinas aos países africanos de língua portuguesa e a Timor-Leste.

"Isto significa doar três milhões de vacinas e, para isso, temos em conta não só as contratações diretas que fizemos de vacinas, mas também as compras que podemos fazer a outros países Estados-membros da União Europeia", precisou Augusto Santos Silva, sempre citado pela agência portuguesa de notícias, a mesma que recorda que até 20 de Julho, Portugal tinha disponibilizado 196.000 doses de vacinas contra a Covid-19 a Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e a Timor-Leste, de acordo com dados do Governo.

Isto acontece num momento em que os países europeus, incluindo Portugal, começam a criar condições para a vacinação dos seus jovens, adolescentes e crianças a partir dos 12 anos.

Tudo, ao mesmo tempo que recebem fortes críticas, incluindo das Nações Unidas, por estarem a direccionar milhões de vacinas para jovens que não integram quaisquer grupos de risco nem são susceptíveis de doença grave, excepto se pacientes de outras doenças debilitantes, quando os países em desenvolvimento, nomeadamente África, permanece com índices de vacinação muito baixos, nalguns casos nem sequer o pessoal hospitalar teve acesso à imunização para a Covid-19 e muito menos pessoas com 60 ou mais anos.