O oficial comissário da Polícia Nacional é acusado de ter comprado, na República da Namíbia, oito pistolas, 15 sabres, cinco espingardas, carabinas e metralhadoras, duas do tipo Ruger AR-556, duas FSM12 e uma CZ escorpião, três S1 com quatro carregadores, 51 caixas de munições de pistola e 18 carregadores.

As armas foram apreendidas no Posto Aduaneiro de Xangongo, localizado na ponte sobre o Rio Cunene. Para fazer chegar as armas ao território nacional, o subcomissário terá contado com a participação dos arguidos Joaquim Matondo Marques Fernandes e Tony José.

Na última sessão de julgamento, especialistas em armamento da Polícia Nacional, do departamento de armas e explosivos, confirmaram ao tribunal terem encontrado quatro armas de fogo de uso proibido para civis, contrariando o oficial comissário que contou ao tribunal serem armas de recreio.

O superintendente Francisco André Chicaco, chefe do departamento de armas e explosivos da Polícia Nacional, contou ao tribunal que, das várias armas apreendidas pelas autoridades, uma delas é uma espingarda de calibre nove, de uso de guerra, proibida em Angola, e três são do tipo pistola, também de guerra e igualmente proibidas.

Quanto às facas e sabres apresentados pelo MP ao tribunal, o oficial superior explicou tratarem-se de facas de uso doméstico e não militares.

Durante o esclarecimento aos juízes, este oficial superior assegurou que as restantes armas são de facto de uso desportivo e de recreio, tal como afirmam os arguidos.

No interrogatório, o arguido disse ter sido a pessoa que encomendou a mercadoria, a partir da Namíbia, mas negou tratar-se de armas de guerra, insistindo serem "armas desportivas e de recreio".