O despacho assinado pelo comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo Almeida, informa face às "infracções disciplinares graves" encontradas na actuação do inspector-chefe Eduardo Tomé e do agente Jonilto Txijica, o comando-geral atribuiu aos mesmos a pena de demissão.
A nota determina também que "os efectivos demitidos devem fazer o espólio de todo o uniforme", bem como dos "documentos de identificação policial".
No dia 30 de Janeiro, várias pessoas morreram em confrontos com as forças da ordem. Segundo a polícia, cerca de 300 pessoas ligadas ao Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe (MPPLT), que há anos defende a autonomia daquela região, tentaram invadir uma esquadra policial, obrigando as forças de ordem a defender-se, provocando seis mortes, de acordo com a vesão da PN, mais de 20, segundo fontes da oposição, da sociedsde civil e do Movimento.
A versão policial é contrariada pelos dirigentes do MPPLT, partidos políticos na oposição e sociedade civil local, que alegam que se tratou de uma tentativa de manifestação, previamente comunicada às autoridades, e que os manifestantes estavam desarmados.
No dia seguinte, a 31, o porta-voz da Polícia Nacional, comissário Orlando Bernardo, fez saber que iria ser aberto um inquérito para apurar ao detalhe o que sucedeu no momento em que, segundo a PN, cerca de 300 elementos do Movimento, armados com espingardas-automáticas, caçadeiras e catanas, invadiram a esquadra da polícia do Cafunfo para ali colocar a bandeira dos autonomistas numa acção ilegal e violenta contra as forças da ordem.
De lembrar que a versão da PN tem sido contrariada pelos líderes do Movimento, que alegam ter-se tratado de uma manifestação pacífica e sem a presença de quaisquer armas. José Mateus Zecamutchima, presidente do Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, afirmou que as forças de segurança avançaram contra os manifestantes quando estes se dirigiam para o local marcado para a concentração, tendo negado qualquer tentativa de ocupação da esquadra da PN no Cafunfo, tendo a manifestação sido precedida de uma informação ao governo provincial como a lei determina.