O Sindicato Nacional de Professores assegura que esta questão já deveria reflectir-se nas fichas financeiras desde mês e afirma que os 60 dias a que se refere o MED não estão nos acordos rubricados. Por isso, alega, "o Governo, agora, dá um pontapé nos acordos".

"Seguimos o cronograma do memorando, e, a partir de Novembro, essa questão já tinha de estar reflectida nas fichas financeiras. Mais 60 dias quer dizer só no próximo ano, e não foi isso que se firmou", disse ao Novo Jornal Guilherme Silva, presidente do SINPROF.

Segundo o sindicalista, ficou acordado que a inserção tinha de ser feita até ao dia 10 de Novembro junto do Ministério das Finanças.

"Se dizem que agora são mais 60 dias, dão um pontapé naquilo que acordámos. O que acordámos é começassem a inserir essa informação no sistema financeiro porque os trabalhos do primeiro grupo, de 105 mil professores, já estão concluídos", garantiu.

Entretanto, o secretário de Estado da educação, Gildo Matias, diz que o Governo tem consciência da necessidade de se melhorar a qualidade de ensino no País, mas alerta que o momento não é oportuno para se exigir muito mais do ponto de vista financeiro.

"O ministério acordou fazer transitar 180.624 professores, deste número mais de 100 mil fizeram concurso e verão as suas carreiras actualizadas até Janeiro de 2022, sendo que o restante será feito até 2023. Mas queremos também que esse processo possa ter como reflexo um aumento da qualidade do desempenho do professor", disse.

Conforme Gildo Matias, "por muito legítimas que possam ser a reivindicações dos parceiros sociais, elas nem sempre são realizáveis e é importante que na mesa de negociações possa imperar pelo realismo".