Uma das primeiras reacções chegou via Twitter, na conta do assistente pessoal do chefe de Estado da República Democrática do Congo (RDC), Michée Mulumba.
"Foi durante um mergulho submarino que partiste para a eternidade. Uma actividade habitual que te arrebatou do teu combate, dos teus próximos... Descansa em paz, caro Sindika Dokolo", publicou o assessor de Félix Tshisekedi.
Outras reacções se seguiram, sobretudo a partir da RDC, e, na conta de Isabel dos Santos, na última publicação feita esta quinta-feira pela empresária - uma fotografia em que está acompanhada pelo marido e pelo filho -, multiplicam-se as mensagens de condolências.
Sindika Dokolo nasceu em Kinshasa, no antigo Zaire, actual República Democrática do Congo. Era dono de uma das principais e mais importantes colecções de arte contemporânea africana, tendo criado, em Luanda, uma fundação com o seu nome. O coleccionador de arte casou em 2002 com a empresária Isabel dos Santos, filha mais velha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.
Filho de pai congolês, Augustin Dokolo Sanu, banqueiro falecido em 2001, e mãe dinamarquesa, passou a infância na Europa, entre a Bélgica e França. Licenciou-se em Economia, Comércio e Línguas Estrangeiras na Universidade Pierre e Marie Curie, em Paris.
Em Outubro do ano passado, a Fundação Sindika Dokolo comprou e repatriou para Angola 20 peças de arte que tinham sido levadas de museus angolanos para colecções estrangeiras e preparou-se para entregar ao museu de Kinshasa a primeira peça congolesa recuperada, segundo uma entrevista concedida na altura à agência Lusa.
Crítico dos quase 20 anos do regime do Presidente Joseph Kabila na República Democrática do Congo, Sindika Dokolo esteve cerca de cinco anos no exílio, devido aos processos movidos contra si em Kinshasa, tendo regressado apenas em Maio de 2019, já depois da chegada ao poder de Félix Tshisekedi, que tomou posse como chefe de Estado congolês em Janeiro.
Sindika Dokolo e Isabel dos Santos têm estado debaixo de "fogo cruzado" desde Janeiro, depois de rebentar o escândalo Luanda Leaks, uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), que pôs a descoberto um universo de mais de 400 empresas ou subsidiárias da mulher, Isabel dos Santos, e também suas, em 41 países, incluindo 94 paraísos fiscais em Malta, Maurícias e Hong Kong.
Sindika Dokolo e a mulher são suspeitos de terem lesado o Estado angolano em milhões de dólares e foram alvo de arresto de bens e participações sociais em empresas, por determinação do Tribunal Provincial de Luanda.