Se a situação persistir, segundo as autoridades do Namibe, nos próximos dias haverá mais despedimentos no sector.

O Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (INIP) avisou, no ano passado, que todas as espécies de peixe no Namibe estavam na linha vermelha e que havia necessidade de se adoptar medidas, que passavam pela diminuição do esforço da pesca, o que, segundo as autoridades, não aconteceu.

Segundo as autoridades de pesca do Namibe, muitas empresas estão em falência técnica e têm até dificuldades de pagar salários.

O Novo Jornal soube que devido à redução de peixe na costa do Namibe, muitos armadores estão a arriscar-se a ir para o alto-mar com embarcações artesanais e têm ocorrido mortes.

A pesca é a principal actividade económica de várias comunidades do Namibe, onde os pescadores têm estado a notar, há já algum tempo, uma grande redução no volume de peixe que retiram das redes.

Paulo Santos, da associação de pesca do Namibe, disse, durante um debate na Rádio Nacional (RNA), que a situação na província está muito complicada e que não há peixe nos mercados devido à fraca captura, daí a falência de muitas empresas.

Víctor Chilamba, director nacional dos recursos marinhos, disse, igualmente à RNA, que a escassez do pescado no mar tem a ver com a poluição, o aquecimento da água do mar e a diminuição dos níveis de oxigénio em determinadas zonas.

Entretanto, vários armadores apontam a pesca de arrastão e das espécies proibidas por lei de estarem na origem dos problemas.

A escassez de peixe tem provocado o aumento dos preços do peixe nos mercados do Namibe, apurou o Novo Jornal.