O combate à Covid-19, em Angola, ao qual o Orçamento Geral do Estado deste ano já havia reservado mais de 44 mil milhões de kwanzas, registou, nesta semana, um incremento de quase 30 mil milhões Kz, face a um empréstimo que o País solicitou ao Banco Europeu de Investimento.

As acções de luta contra a pandemia ficam, assim, com um orçamento a rondar os 74 mil milhões Kz (140 milhões USD), valores quase 10 vezes superiores aos 8,3 mil milhões (15,7 milhões USD) reservados ao combate à malária, principal causa de morte em Angola, com média anual de mais de 10 mil óbitos.

Ao que apurou o Novo Jornal, mediante consulta ao OGE 2022, disponível no site do Ministério das Finanças, estes mais de 74 mil milhões Kz serão distribuídos da seguinte forma: 40,5 mil milhões para a Comissão Multissectorial para Prevenção e Combate à Covid-19 e 4,2 mil milhões para os encargos com a prevenção e combate à pandemia. Os restantes 30 mil milhões, que surgiram nesta semana em consequência do novo "kilápi" do Estado, serão destinados à aquisição de produtos de saúde para o combate à doença, no âmbito da execução do Plano Nacional de Preparação e Resposta à Covid-19.

Num decreto que assinou a 19 de Janeiro, publicado, no entanto, nesta semana, o Presidente da República, João Lourenço, justifica o endividamento com a necessidade de se assegurar os recursos financeiros necessários para financiar o Projecto de Apoio à Gestão das Compras e de Abastecimento de Produtos de Saúde, no quadro da resposta nacional de combate à Covid-19.

No documento, João Lourenço não especifica onde nem quando serão comprados os referidos produtos a serem adquiridos no âmbito do financiamento do Banco Europeu de Investimento.

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