A informação foi avançada ao Novo Jornal pelo director adjunto da direcção nacional de comunicação institucional e imprensa do Comando Geral da PN, subcomissário Mateus Rodrigues, que os criminosos foram conduzidos para a província de Luanda e ficaram em prisão preventiva, medida de coacção mais gravosa, aplicada pelo magistrado do Ministério Público (MP) junto do DIIP-Luanda.

Os suspeitos, de acordo com o oficial, estão indiciados da prática de crimes de associação criminosa, burla qualificada e burla informática.

"Criavam perfis falsos no Facebook, fazendo-se passar por amigos de pessoas influentes ou mesmo de pacatos cidadãos, trocando mensagens, solicitando ajuda às pessoas, que julgavam estar a falar com amigos, e emprestaram valores que em alguns casos rondavam os dois milhões e quatrocentos mil Kwanzas", disse o responsável.

"As vítimas comovidas com a situação dos falsos amigos, faziam transferências bancárias e só mais tarde se davam conta que foram burladas", descreveu. Mateus Rodrigues referiu que as detenções ocorreram devido a várias denúncias feitas nas redes sociais e a participações das vítimas nos piquetes de polícia.

"Após as denuncias, o magistrado do Ministério Público emitiu dois mandados de detenção, decorrentes dos processos-crimes n°s 2503/21-M°P° e 2095/21-VS, relacionados com crimes de coação, burla qualificada e associação criminosa e burla informática. Através da Direcção de Investigação de Ilícitos Penais fez deslocar uma equipa de investigadores à província de Cabinda, onde habitualmente residem os suspeitos, tendo as diligências culminado na detenção dos referidos elementos", informou, destacando que apesar de as vítimas serem maioritariamente da província de Luanda, "os malfeitores identificavam alvos em todo o País, fazendo recurso às redes sociais e à chamadas telefónicas dirigidas ou aleatórias".

"Um outro mecanismo usado pelos burladores, também fazendo recurso a perfis falsos no Facebook, em nome de mulheres, jovens com boa aparência e porte físico atraente, seduziam as vítimas passando a trocar mensagens com expressões de cariz sexual, bem como a troca de fotografias íntimas entre ambos. De seguida faziam chamadas telefónicas às vítimas, fazendo-se passar por familiares de uma suposta menor de idade que estava a ser seduzida por alguém maior de idade, exigindo, a título de indemnização, avultadas somas em dinheiro pelos danos de violência psicológica e assédio sexual. No caso de não pagarem, ameaçavam publicar as fotos íntimas ou apresentar queixa à polícia", acrescenta, indicando que os suspeitos também tinham como modus operandi "o contacto telefónico com várias pessoas, prometendo emprego, e de forma ardilosa faziam com que as vítimas caíssem na armadilha e efectuassem transferências bancárias de valores monetários entre os 100 e os 700 mil Kwanzas".