A Polícia Nacional, após tomar conhecimento da invasão de populares ao local, cercou o perímetro e controla a zona. Este domingo, várias pessoas madrugaram no local dos escombros no sentido de encontrar algo de valor, mas a presença policial obrigou-os a recuar.
Isto, depois de as autoridades terem confirmado que foram oficialmente recuperados, durante a remoção dos escombros, mais de 134 milhões de kwanzas, que, até agora, nenhum morador do prédio "41" reivindicou ser o proprietário deste dinheiro.
O porta-voz nacional dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, Félix Domingos, assegurou em conferência de imprensa, este domingo, que os cidadãos que pretendam reclamar o montante devem fazê-lo nos termos da lei, uma vez que no edifício funcionavam diversos estabelecimentos comerciais.
Esta segunda-feira,27, o Novo Jornal deslocou-se até à zona dos ex-armazéns da Macambira, local onde estão agora os escombros do edifício 41, que desabou no sábado de madrugada, e conversou com vários cidadãos que confirmaram terem vistos pessoas a saírem do local com malas e sacos de dinheiro.
Algumas pessoas que residem e trabalham nas proximidades contaram que no sábado, à tarde, várias pessoas, sobretudo, os catadores de lixo e de ferros, encontraram pastas e sacos de dinheiro, o que depois criou enchentes e levou mesmo a desacatos.
Um jovem sem abrigo que habitualmente pernoitava no local, disse ter encontrado uma pasta cheia dinheiro, mas quando tentou levá-lo foi agredido por outros cidadãos que também procuravam.
Com sinais de visíveis agressões, o cidadão contou que só não faleceu porque as pessoas da vizinhança que o conhecem o salvaram.
"Eu até embrulhei a pasta em roupas queimadas, mas me viram a esconder! Só não morri por sorte", contou o cidadão.
O segurança de uma residência, contou que viu pessoas a levaram, para além de sacas de dinheiro, ouro e aparelhos de ar-condicionado.
"Só não fui lá também porque o meu "boss" não permitiu. Também não podia abandonar o posto", contou.
Há mesmo relatos do envolvimento de agentes da Polícia Nacional na procura de bens de valor nos escombros.
Segundo relatos dos populares, após tomarem conhecimento de que o local era invadido por pessoas estranhas que procuravam valores e outros artigos, a Polícia Nacional cercou o perímetro por volta das 23:00 de sábado, e impediu a entrada de pessoas não autorizadas.
No domingo, contam os populares, centenas de cidadãos provenientes de vários bairros de Luanda madrugaram e afluíram a zona da Macambira para vasculhar os escombros, mas a presença da polícia levou muitos a abandonar o local.
O Novo Jornal constatou no local que os escombros estão agora sob cerco policial e há uma presença considerável de efectivos da PN a controlar o perímetro.
O edifício 41 localizado na Avenida Comandante Valódia, nas imediações do Kinaxixi, em Luanda, desabou, na madrugada de sábado. As autoridades descartam a possibilidade de existir vítimas humanas.
Esta segunda-feira, 27, soube o Novo Jornal, a circulação automóvel na Avenida Comandante Valódia voltou a normalidade depois de ter ficado interdita sábado e domingo.