Um cenário que se repete em várias zonas de Luanda, onde há hospitais públicos instalados: conglomerado de laboratórios e de farmácias de iniciativa privada "cerca" unidades sanitárias estatais, tirando proveito do défice de serviços laboratoriais e de fornecimento de medicamentos nos estabelecimentos hospitalares públicos, constatou a reportagem do Novo Jornal.

Hospitais de referência nos municípios de Luanda, Cacuaco e Viana foram o foco de um trabalho de investigação. Repórteres do NJ colocam-se na condição de pacientes e recolhem informações detalhadas que atestam que, apesar dos esforços do Executivo na melhoria da qualidade da assistência sanitária aos cidadãos, o fosso entre o que se deseja e a realidade no terreno são ainda significativos.

Falta de reagentes e de alguns equipamentos laboratoriais, bem como o curto stock de medicamentos nos hospitais públicos explicam o sentido de oportunidade de cidadãos - grande parte dos quais técnicos de saúde ao serviço da função pública - que se decidiram a montar, nos arredores dos hospitais públicos, laboratórios e farmácias privados.

Reacção

Instituição sanitária processa, diariamente, quase 400 amostras de diferentes requisições de análises clínicas. Direcção garante resposta a 100% a todos os doentes internados no hospital.

Euclides Seia

Anizeth Kutatela, directora do Hospital Municipal de Cacuaco, afirma que, dos 28 exames clínicos estabelecidos para uma unidade sanitária desse nível, o HMC realiza todos eles, desde hemograma, exames de paludismo, urina, raio-X, HIV, HBS, sífilis a ecografias, à excepção, entretanto, do exame de fezes, que é feito num laboratório de microbiologia.

"O povo reclama sempre. Pode-se fazer ginástica para não faltar nada no hospital, mas, para eles, falta sempre. Nós não temos o laboratório de microbiologia a funcionar. Não temos carência de nenhum exame, pelo menos laboratorial", garante, assegurando que a unidade sanitária processa, diariamente, quase 400 amostras de diferentes requisições de análises clínicas.

Leia este "especial informação" na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, pagável no Multicaixa. Siga o link: https://leitor.novavaga.co.ao/