O Novo Jornal falou com vários utentes dos transportes públicos em Luanda e concluiu que a diferença no preço, de 50 Kz para 150 Kz faz "uma grande diferença", como resumiu um desses passageiros.

Podendo escolher os mais cómodos táxis de 16 lugares por uma diferença de apenas 50 Kz, o custo dos "azuis e brancos" é de 200 Kz actualmente, as pessoas estão claramente a optar por estes últimos.

Antes da subida de 50 para 150 kz, as principais paragens dos autocarros registavam enormes enchentes nas primeiras horas do dia, o que deixou de se verificar a partir de segunda-feira,20, dia em que as empresas fixaram o preço a 150, conforme tornou público o Ministério dos Transportes (MINTRANS), no dia 15 de Maio.

A subida do preço dos autocarros de 50 para 150 kz surpreendeu as empresas de transportes públicos colectivos urbanos rodoviários de passageiros e a população em geral, que esperavam apenas uma subida de mais 50 kz, e não de 100.

No final da tarde de ontem e na manhã desta terça-feira,21, o Novo Jornal andou por várias paragens de autocarros na cidade de Luanda e constatou esse cenário.

Habitualmente, nas paragens da Shoprite - Palanca, dos Congolenses, do Golf II, do Benfica, da Centralidade do Kilamba, ao longo da estrada da Samba e do Capalanga, em Viana, registavam-se enormes filas de passageiros.

Mas desde que as empresas como a TCUL, MACON, ANGO-REAL e as demais passaram a cobrar o valor fixado pelo Governo, o cenário inverte-se e as passagens deixaram de registar grandes enchentes.

Mateus Domingos, Afonso Isaac e Fernando Guimarães, passageiros com quem o Novo Jornal conversou, disseram que muitos estão a preferir andar pé, até uma certa distância, e depois apanhar um táxi de 200 kz.

Outros disseram não ter alternativas e preferem aguardar pelos autocarros nas passagens, mas estranham o facto de nesta primeira semana as passagens estarem vazias.

Alguns cobradores e motoristas reconhecem que o motivo é o aumento do preço, mas salientam que os poucos recursos financeiros das familiais também está na base.

Diversas pessoas disseram ao Novo Jornal não ser justo "a população ser sacrificada" e consideram ser muito alto o valor de 150 Kz.