O homem que, há três décadas, colocou e continua a colocar nas "bancas" vários jornais da história do Jornalismo angolano tem, ele também, histórias dignas de uma peça jornalística: Arão Abias, enquanto ex-militar das extintas FAPLA (As Forças Armadas Populares de Libertação de Angola), guarda marcas da sua participação directa no conflito armado pós-Independência, mas nunca beneficiou de pensão de ex-combatente; Tio Arão, o ardina, viu todas as tentativas de montar quiosques definitivos para venda de jornais frustradas pelas autoridades de Luanda e do Huambo.

Estampa no rosto desolação quando reporta as correrias por que passou para ver o nome inscrito como antigo combatente, e ver reconhecido o histórico de participação na guerrilha que lhe condicionou, no longínquo ano de 1977, a mobilidade num dos membros inferiores.

Mostra-se pouco disposto a atestar provas da sua participação no conflito armado: "Vou provar mais o quê? Tenho marcas da participação na guerra no corpo... estão por aí tantos colegas de trincheira meus. O próprio general Ngongo, que foi ministro do Interior, foi meu comandante de batalhão, no Huambo. Ando cansado de dar estes testemunhos, pois de nada me valem. Este País é para sortudos ou para famílias com nome. Eu não tenho as duas coisas".

O seu discurso dá nas vistas e rapidamente emociona. Revela-se pessoa informada, nada, aliás, mais comum para um homem que convive diariamente com jornais há décadas e que foi professor, por três anos, na sua terra natal, o município do Mungo, província do Huambo.

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