O Instituto Nacional da Criança (INAC) registou, de Janeiro de 2020 a Dezembro de 2021, em todo o País, 18.543 casos de menores que foram vítimas de trabalho infantil, com maior incidência para o sector informal, que ficou com 75% dos casos detectados. Os dados foram revelados, em exclusivo ao Novo Jornal, pelo próprio director do INAC, Paulo Kalesi, que, apesar dos números, considera a situação da criança em Angola "estável".

As províncias de Luanda, Bengo, Huíla, Benguela, Huambo, Cabinda e Lundas Norte e Sul são as que têm maior registo de casos de crianças envolvidas no trabalho infantil. Paulo Kalesi encontra nas estatísticas do Instituto Nacional da Estatística (INE), que estima a projecção da população em Luanda em 8,2 milhões de habitantes, mantendo-se como a província mais populosa, representando 27,3% dos mais de 32 milhões de angolanos, a justificação para que a capital esteja no topo da lista.

"Na província de Luanda, encontramos crianças a serem exploradas na venda ambulante, transporte de mercadorias e lavagem de carros, ao passo que em outras províncias, como Huíla, Namibe e Bengo, temos crianças a trabalhar nas fazendas e na exploração de inertes", diz o responsável, antes de esclarecer que, no litoral, o trabalho infantil está ligado ao ramo das pescas, ao passo que, nas províncias fronteiriças, as crianças são exploradas em mercados.

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)