O alegado crime ocorreu na Maquela do Zombo, no início deste mês, avançou ao Novo Jornal o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC) Uíge, Serafim dos Santos.

O homem foi detido durante o último fim-de-semana, e, ontem, terça-feira, 27, foi ouvido em primeiro interrogatório judicial.

"Foi acusado pelo Ministério Público por crime de homicídio doloso, pelo facto de não possuir a formação de enfermagem e de não estar habilitado para exercer a função de enfermeiro", avançou a mesma fonte.

O falso enfermeiro, depois de conhecer a medida de coação mais gravosa, prisão preventiva, foi encaminhado para a cadeia da comarca do Congo, onde vai aguardar o julgamento preventivamente.

Segundo a acusação, o arguido exercia a falsa profissão de enfermeiro e possuía um posto médico no interior da sua habitação, localizada no município de Maquela Zombo.

Na data dos factos, de acordo com Ministério Público, o falso enfermeiro "administrou de forma indevida vários fármacos e uma injecção de hidrocortisona (medicamento esteróide que, entre outras funções, combate as inflamações da pele ou a artrite reumatóide) na veia do paciente".

A vítima veio a morrer depois de receber a medicação e o arguido colocou-se em fuga deixando o cadáver estendido na cama no interior do seu posto médico.

"Passado mais de duas semanas depois do crime, o homem foi detido por cumprimento de um mandado de detenção pela Procuradoria-Geral da República no Uíge", disse Serafim dos Santos

O responsável referiu ainda que as investigações continuam para aferir se existem mais elementos ligados ao posto médico ilegal.

De recordar que este é o segundo caso ocorrido na província do Uíge, o primeiro ocorreu em Setembro do ano passado no município do Negage, quando um cidadão se fez passar por médico e submeteu um homem de 60 anos a uma intervenção cirúrgica para remoção de um suposto "tumor maligno no membro inferior direito".

A vítima morreu e o homem colocou-se em fuga, tendo sido detido no mês passado pelos efectivos da Polícia Nacional (PN) colocados no Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP).