O Governo cortou em cerca de 13 milhões de kwanzas a verba prevista para a Estratégia Nacional de Caça Furtiva, ao reservar, no Orçamento Geral do Estado (OGE), deste ano 7,7 milhões Kz, ao contrário dos 20,4 milhões do ano passado.
Os cortes nas acções de combate ao abate ilegal de animais não são, entretanto, de hoje. Por exemplo, o valor cabimentado em 2021 representa um corte de mais de 70 milhões de kwanzas face a 2020, tendo em conta que a verba saiu de 98 milhões de kwanzas para os 20,4 milhões, conforme dados consultados pelo Novo Jornal no site oficial do Ministério das Finanças.
Ao Novo Jornal, a directora geral do Instituto Nacional da Biodiversidade e Conservação (INBAC), afecto ao Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente (MCTA) «esquivou» a responder à pergunta sobre a redução constante do OGE, mas admite que a situação é "alarmante" e que a caça ilegal no País está atingir «níveis preocupantes» que podem pôr em causa a sobrevivência de recursos da diversidade biológica.
Albertina Nzuzi coloca Cabinda, Moxico e Kuando-Kubango entre as províncias mais preocupantes. Em Cabinda, por exemplo, entre 2018 e 2020, foram abatidos perto de 250 animais, muitos deles dentro do Parque Nacional do Maiombe. Já o Moxico, que regista o maior número de incidentes dada à sua extensão e vulnerabilidade fronteiriça, com caçadores furtivos zambianos envolvidos, entre 2018 e 2019, mais de 700 espécies foram abatidas e dissecadas para o comércio nos principais mercados. Já no Kuando Kubango, foram notificados, sem referência ao período concreto, Albertina Nzuzi fala no abate de 925 animais de grande e pequeno portes. Nas três regiões acima referenciadas, macacos, pangolins, gazelas, chitas, elefantes, chimpanzés e hienas estão entre as espécies mais caçadas.
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