Nos últimos tempos têm surgidos vários relatos de assaltos e sequestros em que os visados são motoristas ou clientes de táxis por aplicativo.

No mês de Outubro de 2023, os motoristas dos táxis personalizados YANGO, HEETCH, UGO e T"LEVA queixaram-se ao Novo Jornal dos assaltos e dos raptos durante as viagens que efectuam.

Na altura, o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Táxis Personalizados e Parceiros (STATEPP), a Associação dos Táxis Personalizados de Angola (ASTPA) e a Associação de Motoristas de Aplicações (AMA), que realizaram uma paralisação dos serviços, queixaram-se que os motoristas não são protegidos pelas empresas responsáveis pelos aplicativos de táxis.

Em declarações ao Novo Jornal, esta quarta-feira,21, o director para Angola da YANGO, Ivan Mugimbo, disse que a Polícia, através do CISP, vai passar a monitorar a actividade da operadora e assegurou que tanto os clientes, como os motoristas, já podem contactar directamente o CISP.

Segundo este responsável, a plataforma digital que disponibiliza serviço de táxi reforçou os mecanismos de segurança, promovendo maior autonomia aos viajantes na formulação de participações e denúncia de ameaças ao CISP.

"Temos no nosso aplicativo um botão de pânico onde o cliente ou o motorista podem accionar o CISP. Ao accionar o botão, ele liga automaticamente para o 111 e o CISP recebe esse alerta", contou este responsável.

Josina Delegado, secretária-geral da Associação de Motoristas de Aplicações, disse ao Novo Jornal ser importante que as empresas cadastrem, rigorosamente, os clientes, para garantir segurança aos condutores.

"As empresas devem exigir a cópia do Bilhete de Identidade (BI) dos clientes e o nome do registo para ser fácil identificá-los em caso de suspeita de assaltos e raptos", contou.

Conforme Josina Delegado, da AMA, tem havido muitos assaltos e raptos aos motoristas dos táxis personalizados, mas as empresas não conseguem passar os verdadeiros dados dos passageiros.

"Mas, no percurso está lá. Ele fez o cadastramento no aplicativo, mas apenas dá um nome qualquer e foi aceite. O que para nós está errado", contou, afirmando: "não é admissível um passageiro ter no aplicativo o nome de 007, Bad B, Ninja Pequeno, etc...".

Segundo a AMA, os motoristas são obrigados pelo aplicativo a fazerem a cada dois dias a actualização dos seus dados e da viatura, e querem que seja feito também um registo rigoroso dos clientes.

Ivan Mugimbo, director da YANGO, disse que essa plataforma digital vai obrigar os clientes a fazerem fotos dos rostos nas zonas em que estão antes de solicitarem a corrida de táxi para proteger os condutores e os próprios clientes.

Conforme a YANGO, os motoristas deste aplicativo fazem periodicamente actualizações dos dados pessoais, dos documentos das viaturas e das fotografias do rosto para garantir maior controlo e segurança.

Este responsável salientou, entretanto, ser urgente o Estado fazer o regulamento e padronização da actividade de táxis por aplicativos mediante uma legislação.

"Sabemos que o regulamento está em fase final. Mas é necessário que esta norma obrigue os clientes, de forma padronizada, a darem a sua documentação e fotografias obrigatoriamente", explicou, acrescentando que a falta deste regulamento prejudica as empresas de táxi por aplicativo.