Depois das conclusões finais da assembleia-geral dos profissionais de enfermagem realizada no dia 05 de Dezembro, na presença de representantes dos ministérios da Saúde e da Administração Pública, Emprego e Segurança Social, os sindicatos de enfermagem do sector decidiram, caso não haja consenso no encontro desta sexta-feira, 14, entre a entidade empregadora e os sindicatos, paralisar os trabalhos já na próxima segunda-feira.
Esta posição foi avançada esta quinta-feira ao NJOnline pelo Secretário-geral do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda Afonso Quileba.
O sindicalista declarou que o Ministério da Saúde, nos últimos meses, não se mostra disponível para dialogar com os sindicatos do sector.
"A classe dos enfermeiros entrará em greve às 7:00 de segunda-feira, dia 17, caso não se chegue a um acordo no encontro (desta sexta-feira) entre os sindicatos e o Ministério. E isso ficou claro em assembleia-geral", referiu.
"Nós não desejamos entrar em greve, mas queremos que os problemas sejam resolvidos. Como a entidade empregadora não está a resolver os problemas da classe, nós iremos avançar com uma greve nacional dos enfermeiros".
Segundo Afonso Quileba, o caderno reivindicativo foi entregue no dia 31 de Outubro ao Ministério da Saúde, que apenas respondeu no dia 2 de Dezembro.
Entre os vários pontos apresentados no novo caderno de reivindicações constam a revisão da estrutura da carreira de enfermagem, de forma a completar os escalões de diuturnidade das categorias previstas na proposta da comissão técnica da carreira, a regulamentação do sistema de avaliação de desempenho profissional, a regulamentação dos cargos de chefia de enfermagem, e a reposição dos salários de trabalhadores da saúde, incluindo os enfermeiros, desactivados das folhas de pagamentos.
"Tivemos um encontro nos dias 6 e 11, mas nos dois encontros não houve concordância no que respeita aos 13 pontos apresentados no caderno de reivindicações", contou.
De acordo com o sindicalista, no novo índice salarial apresentado pelo Executivo para Janeiro de 2019, existe redução salarial da classe de enfermeiros, comparativamente à tabela salarial em vigor.
"Na nova proposta que foi aprovada este ano, os salários são baixos, mas se pegarmos nos índices que estamos a usar actualmente, os salários não baixam e nós queremos que se mantenham esses índices", disse.
O NJOnline contactou o Ministério da Saúde para os devidoa esclarecimentos, que prometeu pronunciar-se em breve.
Entretanto, uma fonte afecta àquele ministério contou ao NJOnline que a instituição respondeu tardiamente à chamada do Sindicato dos Enfermeiros de Angola (SIDEA), dos Independentistas dos Trabalhadores da Saúde e Função Pública (SNITSFP) e do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda (SINTENFL), porque o Ministérios da Saúde se encontrava empenhada a tratar do concurso público do sector.