Os alunos dizem que os professores não são os culpados pelas mortes dos colegas, garantindo que a instituição tem uma piscina, mas que eles próprios jamais lá entraram porque nunca funcionou.
Segundo os estudantes, foram os professores e não os bombeiros que resgataram da água a colega que faleceu a caminho do hospital.
Estas relevações foram feitas esta quinta-feira, 18, em conferência de imprensa organizada pelos próprios para, entre outros assuntos, relatarem os problemas que vivem na instituição.
Conforme os alunos, os professores simplesmente obedeceram a uma orientação da direcção da CEFOPESCA e culpabilizam pelas mortes dos três colegas.
"Os professores apenas fizeram aquilo que a direcção mandou e nada mais. Sabemos que prática no mar é uma aula complicada. A instituição tinha de ter mais vigilantes e não entendemos como uma instituição como o Instituto Politécnico das Pescas e Ciências do Mar, só ter um professor de segurança no mar", contou aos jornalistas, Castro António, estudante da 12.ª classe, no curso de pesca.
Em conferência de imprensa, os alunos dizem não entender porque é que a direcção acusa os professores de negligência.
Segundo os estudantes que participaram na aula prática de natação, na praia do KM 32, no distrito urbano dos Ramiros, no município de Belas, ouvidos pelo Novo Jornal, disseram não ser verdade que os colegas que faleceram chegaram atrasados à aula.
"Foi apenas a colega que se atrasou. Os outros dois colegas participaram desde o princípio da aula", explicaram.
Durante a conferência de imprensa, os alunos relevaram que dos mais de 20 estudantes que participaram da aula prática de sobrevivência do mar, apenas sete tinham coletes salva-vidas.
A princípio tínhamos de estar na piscina, porque a instituição tem uma piscina para as aulas práticas de sobrevivência do mar. É já um erro que a direcção cometeu", contaram os estudantes.
Os alunos entendem que por ser a CEFOPESCA uma instituição com a missão de ensinar e valorizar o bem-estar do pessoal do mar, a instituição deve ser responsabilizada pelas mortes dos colegas.
Os alunos lamentaram também o facto de a instituição ter condições internas que não são aproveitadas.
Conforme os visados, que agora têm as aulas suspensas, apenas foram informados um dia antes, que teriam aulas práticas no mar.
"O que nos ensinaram em três anos de teoria, apenas nos pediram para fazer em 30 minutos e horas antes", contaram os alunos.