O executivo sublinha que a proposta, apresentada através da empresa estatal Endiama, não visa o controlo da De Beers, mas sim a criação de um consórcio pan-africano liderado pela indústria, que assegure a independência e a competitividade internacional da empresa.
"Angola acredita que o futuro da De Beers depende da sua continuidade como uma empresa global liderada pelo setor privado", afirmou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, citado num comunicado do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.
Segundo o ministro, a proposta visa estabelecer uma parceria significativa entre Angola, Botsuana, Namíbia e África do Sul, "garantindo que nenhuma parte detenha domínio exclusivo e que a empresa possa evoluir como uma entidade comercial verdadeiramente internacional".
Os elementos-chave da proposta angolana passam por um modelo de propriedade independente e diversificada; pela criação de uma parceria pan-africana, com convite formal ao Botswana, Namíbia e África do Sul; pelo histórico de Angola como um dos maiores produtores mundiais de diamantes em 2024 e o único país a inaugurar uma mina de classe mundial nos últimos 15 anos; e pelo compromisso estratégico com o setor diamantífero como pilar da economia nacional.
A De Beers é uma das maiores empresas diamantíferas do mundo, fundada em 1888, atualmente detida em 85% pela Anglo American e em 15% pelo Governo do Botsuana.
O desinvestimento da Anglo American na De Beers foi anunciado em maio de 2024, quando a empresa apresentou um plano de reestruturação estratégica, após ter sido alvo de uma proposta de aquisição hostil por parte da BHP.
Como parte desse plano, a empresa confirmou que iria alienar a sua participação de 85% na De Beers, admitindo a possibilidade de venda direta ou de uma eventual entrada em bolsa (IPO), noticiou na altura a imprensa internacional.
A Endiama (Empresa Nacional de Diamantes de Angola) é responsável pela prospeção, exploração e comercialização dos recursos diamantíferos do país.