Esta iniciativa da igreja católica visa, segundo os seus bispos, reunir os protagonistas da política angolana de forma a concluir o processo de reconciliação nacional que desde 2002, com o fim da guerra armada, ainda não foi possível fechar por completo.
"Trata-se de um momento privilegiado para espiarmos os nossos males através do reconhecimento das nossas fragilidades ao longo deste meio século de liberdade e 23 anos no percurso desafiador da paz e da reconciliação no plano social, religioso e cultural", disse aos jornalistas o secretário-geral da Comissão Episcopal de Justiça e Paz e Integridade da Criação da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), padre Celestino Epalanga.
De acordo com o secretário-geral da organização religiosa, o evento reunirá representantes de diferentes sensibilidades nacionais, com o objectivo de promover uma reflexão colectiva sobre a história do país.
Segundo ele, o Congresso Nacional da Reconciliação, uma iniciativa da CEAST, está enquadrado no âmbito das celebrações dos 50 anos de independência de Angola a serem assinalados em 11 de novembro de 2025.
"Vamos produzir a carta do cinquentenário onde possamos ver espelhadas as preocupações que o nosso passado histórico produziu, trazendo uma nova proposta de vida assumindo um compromisso de renovação e conversão com o país", sustentou.
Uma das razões comummente aduzidas pela igreja católica, em comunhão com alguns partidos da oposição, é que a pobreza ainda não foi vencida e isso não permite estabelecer a paz social, mesmo que a paz militar há muito esteja garantida, desde o fim do conflito armado em 2002.