Sem acesso ao mar e sem outra forma de abastecer a sua capital de combustíveis que não seja as vias rodoviárias a partir dos países vizinhos, só o combate aos grupos jihadistas islâmicos que atacam os camiões-cisterna poderá aliviar este problema.
O líder da Junta, general Assimi Goita, admitiu recentemente o problema e avançou que há "muita gente a morrer" nos ataques aos veículos de transporte de combustíveis, devido às emboscadas que não estão a ser evitadas, mesmo com a presença de paramilitares russos a vigiar essas mesmas estradas.
O Mali, a par do Burquina Faso e do Níger, vive há décadas problemas sérios com o terrorismo jihadista, que esteve na origem dos golpes de Estado militares dos últimos anos que levaram estes três países a passarem para a órbita de influência russa, cortando relações com a antiga potência colonial, a França, e com os EUA.
Alguns media, e canais das redes sociais, estão a apontar como causa para este bloqueio de combustíveis à capital maliana a acção do grupo
Jama'at Nusrat al-Islam wal-Muslimin (JNIM), ligado ao `estado islâmico' e à al-qaeda e é citado como estando sob influência dos países ocidentais e a ser instrumentalizado para criar o caos em Bamako, para já, com um plano mais abrangente de levar os mesmos problemas a Ouagadougou e Niamey, numa espécie de contra-ataque á influência russa nesta região.
Com apoio russo, que alguns media apontam como estando a ser prestado pelo antigo Grupo Wagner, agora denominado Africa Corps, que escoltam os camiões-cisterna deste a fronteira com o Senegal, este problema tem sido ligeiramente mitigado, mas o grosso da gasolina e gasóleo necessário permanece em centenas de pesados á espera de garantias de segurança do outro lado da fronteira.
O general Goita disse publicamente que a solução para este problema passa por derrotar os jihadistas mas essa tarefa parece cada vez menos possível visto que há vários anos que o combate está a decorrer e estes grupos reemergem sempre, por vezes com denominações diferentes, como é o caso do JNIM.
Devido a este bloqueio, Bamako está a viver momentos de secura nos postos de abastecimento e o pouco combustível que chega é disputado por milhares de pessoas que fazem longas filas para obter escassos litros de combustível.
Além destas filas, a capital do país, com cerca de 2,5 milhões de habitantes, e a crescer dia para dia devido á figa de população das zonas sob risco de ataque jihadista, está igualmente com demorados cortes de electricidade, as escolas obrigadas a encerrar, hospitais com serviços mínimos e empresas fechadas devido á falta de energia.










