Neste discurso, Ursula von der Leyen sublinhou que o continente africano tem 60% dos "melhores recursos" naturais e pelo menos 30% das reservas minerais fundamentais para as indústrias do futuro.
Fez questão de notar que se por um lado as oportunidades são conhecidas, é preciso perceber ainda que o continente exige o investimento certo, aquele que "agrega valores" a nível local e global.
E prometeu que a União Europeia trabalhará para criar condições que permitam um investimento local de forma a criar riqueza localmente, desde logo emprego.
"É esta parceria que a Europa está a apresentar, forte e com benefícios mútuos, que ajuda as comunidades e as indústrias em ambos os continentes a triunfar", apontou, lembrando que Bruxelas tem um compromisso de investir 150 mil milhões de euros em África até 2027.
"Já mobilizamos investimentos acima de 120 mil milhões de euros. Estamos bem alinhados para alcançar o nosso objectivo, incluindo com investimentos a grande escala. A sua força nessa parceria está em governos, bancos e empresas dos dois continentes a andar na mesma direcção. E é por isso que nós redobramos os nossos esforços para fazer parcerias com o sector privado", acrescentou.
Ursula von der Leyen defendeu ainda que a plena integração económica africana pode levar à geração de mais de 450 mil milhões USD em rendimento para o continente, referindo-se à Zona Continental Africana de Comércio Livre (ZCLCA), que tem tudo para ser o grande motor de crescimento de África nos próximos anos.
A chefe da Comissão Europeia garantiu que o bloco europeu continuará a apoiar o esse processo de integração por considera que é a "a via mais segura e rápida" alavancar a competitividade empresarial, fortalecer cadeias de valor e criar milhões de empregos de qualidade.
"Quando os mercados africanos se integram as empresas ganham escala e com isso atraem mais investimento que leva à inovação fundamental para cpompetir à escala global. É esta dinâmica que pode acrescentar 450 mil milhões de dólares à economia continental", explicou.
"África é um continente em transformação real", aponta José de Lima Massano
O ministro de Estado para a Coordenação Económica angolano afirmou, na mesma ocasião que "África é um continente em transformação real", reconhecendo ao mesmo tempo que o continente, "apesar dos avanços, ainda enfrenta um défice significativo de infra-estruturas".
Em representação do Presidente da República, João Lourenço, José de Lima Massano referiu que o défice de infra-estruturas permanece como um dos principais entraves ao crescimento económico, bem como para a redução das desigualdades regionais e do comércio intra-africano.
Neste contexto, citado pelo JA, Massano saudou a iniciativa Global Gateway por assumir compromissos firmes com a mobilização de recursos para investimento em infra-estruturas que criam oportunidades, congregam investidores, ampliam mercados e consolidam a inter-integração económica como é o caso do Corredor do Lobito.
De acordo com José de Lima Massano, o projecto, que interliga Angola, Zâmbia e a República Democrática do Congo, tem o potencial de movimentar mais de 20 milhões de toneladas de carga por ano, transformar a dinâmica comercial continental entre o próprio Atlântico e o interior e criar novos corredores de desenvolvimento económico.
Por isso, considerou, ainda segundo o Jornal de Angola, também, importante o engajamento direito da comunidade empresarial e financeira europeia e africana em parcerias mutuamente vantajosas que permitam responder as necessidades de um continente inteiramente jovem.

