Wilbart de Wit fez esta revelação recentemente em Luanda durante o encerramento de um curso, denominado Doce Negócio, com base no leite condensado "Moça", no bairro Dangereux.

Segundo este responsável, naquela zona de Luanda e arredores mais de 400 pessoas beneficiaram do curso de forma gratuita e já estão a realizar negócios, sendo que a multinacional as tem ajudado também na obtenção de micro-crédito junto das instituições bancárias. "Para a Nestlé é muito importante auxiliar a vida de diferentes pessoas em Angola. No ano passado começamos a desenvolver um programa de formação que é o Doce Negócio, que pretende formar diferentes pessoas, ajudá-las a montar e a começar um negócio próprio na área da pastelaria", salientou.

Assegurou que a Nestlé pretende fazer parte no desenvolvimento das comunidades e participar "activamente" no empreendedorismo. A acção de formação efectuada num período de duas semanas decorreu também nas localidades de Viana, Morro Bento, devendo até ao final deste ano ser extensiva a outras zonas de Luanda e nas províncias de Benguela e Huambo, nestas últimas, a partir do segundo semestre do ano em curso.

"Isto faz parte da nossa responsabilidade social, que inclui outros programas como o Nutrimóbil (um veículo móvel) dotado de uma nutricionista que se desloca aos diferentes bairros para junto das mães transmitir conselhos sobre nutrição", explicou Wilbart de Wit.

O NJ entrevistou alguns beneficiários destes cursos, que são maioritariamente mulheres, os quais foram unânimes em afirmar que estão preparados para começar uma nova vida, já que estão dotados de instrumentos profissionais sobre actividade de pastelaria. Hélder Catchinga Muteba, de 18 anos, formado em pastelaria, higiene e segurança alimentar, empreendedorismo e nutrição disse ter feito esta opção para aperfeiçoar os conhecimentos que já possuía.

"Daqui para frente pretendo criar uma empresa, ou entrar no mercado de emprego, a fim de mostrar o que pude aprender com o curso proporcionado pela Neslté", sublinhou. Já Aurora José Félix, de 40 anos, depois dos cursos de pastelaria e de culinária, feitos há sete anos, voltou a fazê-los agora de forma gratuita e serviu para aprofundar conhecimentos.

"Não sabia que o leite Moça servisse para fazer bolos e muitas outras coisas", confessou Aurora Félix, a mãe solteira, que doravante anseia iniciar um negócio próprio para assegurar o sustento de três filhos.

Outra senhora contactada pelo NJ é Eva João Francisco Nicolau, de 30 anos que disse ter escolhido o curso de pasteleira por gosto, embora neste momento esteja desempregada, faz bolos em casa e tenciona com algumas colegas criar um pequeno negócio.

"Ainda não pedimos o micro-crédito, mas já pensamos nisso, porque no ano passado quando fizemos a formação a professora nos havia orientado nesse sentido", frisou.