"Para 2025, a economia deverá crescer novamente, mas a um nível mais lento do que no ano anterior. Há muitos desafios pela frente, principalmente devido a questões estruturais profundas; a nossa expectativa é de um crescimento de cerca de 4%, ainda muito alavancado no impacto do aumento da produção diamantífera, particularmente pelo reinício das operações na mina de Luele no final de 2023 e pelo aumento das operações", escrevem os analistas num comentário à evolução da economia angolana.
No documento, o BFA diz que os números "serão menos positivos em termos do consumo privado, por isso sectores como o Comércio deverão crescer abaixo da média, mas ainda assim há sinais positivos relativamente ao financiamento, que terá um grande impacto na evolução do setor da construção".
No que diz respeito à inflacção, que é uma das mais elevadas em África, o gabinete de estudos económicos do BFA prevê que a subida dos preços continue alta, chegando de 21 a 22% no final do ano. "A nossa projecção indica uma ligeira aceleração no segundo trimestre, alimentada pelo aumento do preço do gasóleo, num contexto de retirada gradual dos subsídios aos combustíveis, pelos efeitos dos ajustamentos salariais no sector público e pela evolução dos preços alimentares a nível internacional", apontam, notando que, ainda assim, deverá haver um abrandamento à medida que o ano se aproxima do fim.
As previsões do BFA surgem na mesma altura em que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial reviram em baixa a previsão de crescimento para Angola, com o FMI a prever agora uma expansão de 2,4%, face aos 2,8% que, em Outubro, previa que Angola crescesse este ano.
Já o Banco Mundial prevê agora que o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana cresça apenas 2,7%, quando em Outubro de 2024 previa uma expansão de 2,9%, e faz também uma forte revisão da inflacção, cuja previsão há seis meses apontava para 16,1%, e agora é de 25%, sendo um dos 14 países que entre os 47 da região têm uma inflacção de dois dígitos.