Dos mais de 3,3 milhões de hectares considerados como terra arável em Angola, apenas 331.285 hectares, ou 10,37%, segundo o documento, estão a servir o país, que tem como área total 1.246.700 kms2, o equivalente a 124.670.000 hectares, na produção de alimentos.

Estes números, considerando que o Governo, ao longo das últimas duas décadas, tem considerado a agricultura como uma prioridade de primeira linha no esforço nacional de diversificação da economia, demonstram claramente que ainda muito está para fazer neste capítulo.

O Recenseamento Agro-pecuário e Pescas, que foi divulgado pelo INE na terça-feira, é o primeiro desde a independência, em 1975, e os dados foram recolhidos entre 2019 e 2020, envolvendo inquéritos a mais de 2,3 milhões de pessoas.

Malanje, Cabinda, Bié e Huambo destacam-se no topo da lista com mais aproveitamento por parte das famílias, na área da exploração agro-pecuária, sendo que é no Kuando-Kubango que surgem menos agregados dedicados à agricultura.

O cultivo do milho, depois a mandioca, a batata-doce e o feijão são os alimentos com maior destaque na dedicação das famílias camponesas angolanas.

Este estudo foi elaborado com o objectivo de actualizar o sistema de informação estatística agro-pecuária e pescas, para apoiar as políticas, planos e programas em desenvolvimento no país.

Foi co-organizado pelos ministérios da Economia e Planeamento e da Agricultura e Florestas, e contou com o apoio do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.