Os angolanos continuam a pagar 4.000 dólares de taxa aduaneira para circularem no território congolês, enquanto os congoleses pagam apenas 50 dólares, apesar de já existir um decreto executivo que orienta igualdade na cobrança da taxa. Segundo a ATROMA, é fundamental que os congoleses também paguem os 4.000 dólares para circularem em Angola, tal como têm pago os angolanos às autoridades da RDC.

"Já decorreram quatro meses desde que o decreto foi aprovado, não entendemos porque é que até agora continuam a não o implementar", afirma Licínio Fernandes, secretário financeiro da Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola.

Segundo os camionistas angolanos, os transportadores congoleses esperam mais de 20 dias para terem o visto migratório para entrarem em Angola, e essa demora faz com que fiquem agastados, visto que os camionistas angolanos apenas entravam e circulavam na RDC com salvo-conduto, documento que segundo contam, conseguem com facilidade.

Conforme a associação, os congoleses estão agora a exigir tratamento igual, neste quesito, o que Angola não acautelou, apesar dos avisos da associação.

Entretanto, a ATROMA entende que tanto o governo angolano como o congolês estão a desrespeitar as normas e procedimentos do corredor livre da SADC.

"Os congoleses só nos proibiram de entrar no seu território porque acham que Angola não está a facilitar a entrada deles no seu", diz A ATROMA.

"Se facilitarmos a entrada deles, conforme definem as normas da SADC, eles levantam essa proibição", diz Licínio Fernandes.

Ao Novo Jornal, a Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola pede ao Executivo que seja flexível com os camionistas congoleses neste quesito, mas que aplique a medida de paridade na cobrança da taxa aduaneira.

Segundo a ATROMA, esta terça-feira, 22, solicitaram ao Ministério dos Transportes um esclarecimento sobre a situação, mas este ministério não lhes respondeu, por isso, ponderam avançar para uma greve, nos próximos dias, em todo o País, caso não haja uma posição firme das autoridades.