"Essa é uma questão que já se sobrepõe às empresas. É uma questão meramente política. De facto, o Executivo, quando se apercebeu dessas movimentações, principalmente as últimas do G7 relativamente a factores exógenos (sanções à Rússia devido à guerra na Ucrânia) que nós sabemos que afectaria a empresa", adiantou Jânio Correa.
O governante disse ainda que "aempresa faz parte do quadro social de Catoca. Houve uma série de negociações com o país que detém essa empresa", assegurou Jânio Correa, que falava à margem da apresentação das Realizações e Outlook sobre Produção, Comercialização e Exportação de Diamantes.
Questionado se a negociação envolve a retirada da empresa russa da mina, Jânio Correa afirmou que as conversações estão a ser feitas na defesa dos interesses do País, estando em cima da mesa a venda normal dos diamantes angolanos no mercado internacional.
"Nós, os angolanos, temos que defender o que é nosso. E foi com base nisso, na defesa do nosso interesse, que o Executivo agiu. Nós não podemos permitir que a nossa comercialização dos diamantes da Catoca seja atingida (por sanções) porque existem estes problemas (a guerra na Ucrânia) que no fundo não nos dizem respeito", reforçou.
Ao finalizar, o secretário de Estado para Recursos Minerais revelou que a decisão política que vier a ser tomada, cujo desfecho está para breve, vai proteger os interesses do País.
"Não estou a dizer que a Alrosa vai sair. Não disse isso. Eu disse que nós vamos encontrar uma solução política. Nós estamos a trabalhar numa questão política que vai salvaguardar os nossos interesses", garantiu
Vale referir que, como avançou o semanário Expansão, há um tempo que o País está a forçar a saída da Alrosa da Sociedade Mineira de Catoca, por ter-se tornado tóxica para a comercialização de diamantes angolanos devido às sanções internacionais à Rússia, mas a multinacional russa exige fechar contas para efectuar a saída da estrutura accionista da empresa mineira de Catoca.