Os estrangeiros investiram 85 vezes mais em Angola do que os angolanos no exterior em 2019, incluindo o sector petrolífero, assim indicam os cálculos do Novo Jornal a partir do relatório da Balança de Pagamentos e Posição do Investimento Internacional de Angola no ano passado.

Há um ano, o Investimento Directo Estrangeiro em Angola (IDEA) galgava os 2,8 mil milhões de dólares, entre o sector petrolífero e o não-petrolífero, mas o Investimento Directo Angolano no Exterior (IDAE), nos mesmos ramos, não ultrapassava os 33,8 milhões de dólares, destaca o documento consultado pelo nosso semanário.

Os dados da Balança de Pagamentos e Posição do Investimento Internacional de Angola em 2019, publicados a 12 de Junho deste ano pelo banco central, atestam que os mais de 2,8 mil milhões de dólares que os estrangeiros aplicaram no país foram injectados no sector petrolífero, observou o NJ.

Já os 33,8 milhões de dólares que os angolanos investiram lá fora foram aplicados no sector não-petrolífero, constatou este semanário.

Entre 2018 e 2019, o Investimento Directo Angolano lá fora passou de 1, 8 milhões de dólares para os actuais 33,8 milhões de dólares, representando um crescimento de 19 vezes mais, sendo todo ele feito no ramo não-petrolífero.

Já o Investimento Directo Estrangeiro em Angola, entre os dois últimos anos comparados, registou uma quebra de 14,4%, uma vez que, em 2018, esteve estimado em 3,3 mil milhões de dólares, enquanto, no ano passado, ficou avaliado em 2,8 mil milhões de dólares, todo ele feito no sector petrolífero.

"Quanto aos principais países de origem do Investimento Directo Estrangeiro no país no período em análise, para o sector petrolífero, destacam-se os Estados Unidos da América, França, Itália, Reino Unido e a China. Para o sector não-petrolífero, os principais países investidores são os Emirados Árabes Unidos, Portugal, Rússia, Bélgica e África do Sul", avança a Balança de Pagamentos.

Nos últimos anos, observou o NJ, o investimento de estrangeiros em Angola tem caído significativamente, já que, em termos brutos, em 2017, o investimento directo registou entradas na ordem dos 6,2 mil milhões de dólares contra os poucos mais de 11 mil milhões de dólares de 2016, sendo a maior fatia alocada ao sector petrolífero que representou 96,1% do valor total investido em 2017. No lado das saídas, a recuperação das despesas de investimento do sector petrolífero situou-se em 13.2 mil milhões de dólares, enquanto o investimento das empresas angolanas no exterior foi de 1,3 mil milhões de dólares, totalizando uma saída de 14,9 mil milhões.

A Posição de Investimento Internacional reflecte sobre as disponibilidades (activos financeiros) e responsabilidades financeiras (passivos), em termos de stock, de uma economia face ao exterior no final de determinado período.

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