Depois de várias peripécias como a revogação de um decreto do tempo de José Eduardo dos Santos que entregava a obra à empresa Atlantic Ventures, da sua filha Isabel, por 1.5 mil milhões, da negociação, por ajuste directo, com Al-Maktoum por cerca de 700 milhões - memorando "rasgado", sem que, até hoje, se conheçam as razões -, o concurso aberto pela Sonangol em Janeiro deste ano teve como resultado a adjudicação da obra à empresa brasileira Odebrecht pelo valor global de 547,8 milhões de dólares.
O concurso foi lançado pela Sonangol a 28 de Janeiro, pouco mais de uma semana após o falhanço nas negociações com o xeque dos Emirados Árabes Unidos, Ahmed Dalmook Al-Maktoum, que estava na calha para dar continuidade ao projecto que já tinha estado nas mãos da Atlantic Ventures de Isabel dos Santos, que viu o Presidente João Lourenço revogar o decreto que lho entregava por 1,5 mil milhões USD.
"A obra foi adjudicada no dia 2 deste mês depois de "um amplo processo de "due diligence", conduzido pela empresa norte-americana Trace, e de "compliance" nas empresas que constaram da lista das três concorrentes habilitadas, tendo a escolha recaído na OECI, que apresentou a melhor proposta técnica e o melhor preço", escreve a Lusa, citando um documento da petrolífera nacional.
A empreitada inclui ainda a conclusão do parque de armazenamento de produtos refinados e construção da doca de atracação de navios.
A petrolífera nacional tem defendido que o Terminal Oceânico da Barra do Dande é um projecto estratégico nacional, visa aumentar a capacidade de armazenamento, o aumento da capacidade de armazenamento em terra, "dotando o país de infra-estruturas de grande porte capazes de assegurar uma robusta reserva estratégica - em gasolina, gasóleo e LPG - e de segurança nacional, e melhorar a logística de distribuição de produtos refinados para o interior do país".
"De modo a garantir o cumprimento dos prazos definidos para a execução do contrato, com um período de vigência de 36 meses, 17 dos quais para a execução dos trabalhos, a Sonangol solicita à OECI, em coordenação com a direcção do projecto, que inicie já a sua mobilização para o "site" do terminal oceânico da barra do Dande, tendo como objectivo o arranque das atividades definidas no plano de trabalhos, no decorrer do mês em curso", lê-se na notícia da Lusa.