Por detrás da queda de sexta-feira esteve o ressurgimento da Covid-19 como preocupação mundial, trazendo à memória o terror que os mercados viveram em Março/Abril de 2020, que levou, por exemplo, a que o petróleo tenha, no WTI de Nova Iorque, caído para mais de 40 USD negativos e o Brent, em Londres, tenha dado um tombo igualmente histórico, embora de menor dimensão.
Agora, com a nova variante do Sars CoV-2, a Omicron, a dar dores de cabeça em todo o mundo, apesar da falta de evidências para a sua perigosidade, como o Novo Jornal destaca aqui, o petróleo voltou a sentir um abalo telúrico, perdendo mais de 11 por cento na sexta-feira, recuperando, já hoje, quase 5%, mas sem que isso tenha retirado preocupações aos países exportadores agregados na OPEP+, onde estão os 13 membros da OPEP e 10 não-alinhados agora liderados pela Rússia.
E é de tal modo assim que a OPEP+ já deixou saber, através de fontes citadas pelas agências especializadas, que pode a qualquer momento suspender o seu programa de aumento paulatino da produção, que está actualmente nos 400 mil barris por dia, mensalmente, até 31 de Dezembro.
Alias, estas notícias da eventual resposta robusta da OPEP+ está por detrás, de forma directa, da recuperação da matéria prima, embora também para isso tenha contribuído o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) onde esta agência da ONU para a saúde planetária vem diluir algumas das primeiras impressões que admitiam maior contagiosidade e letalidade da Omicron, como pode ler aqui.
Para já, perto das 10:40, hora de Luanda, o barril de Brent, em Londres, estava a valer 75, 65 USD, recuperando 4,36% desde o fecho de sexta-feira, enquanto em Nova Iorque, o WTI ganhava 4,70%, para os 71,35 USD, à mesma hora.
Como os sites especializados avançavam logo às primeiras horas de negociação de hoje, por detrás desta recuperação está ainda o facto de os investidores estarem a procurar "bons negócios" aproveitando os preços de saldo, perspectivando que os mercados vão voltar a subir assim que se diluir o efeito Omicron.
E é precisamente essa diluição esperada do efeito Omicron que está a manter em tensão os mercados, que, estando prontos a disparar para cima dos 80 USD por barril, aguardam que se confirmem as primeiras notas sobre a variante detectada pela primeira vez no Botsuana e África do Sul.
Ou seja, esperam que a OMS venha a terreiro confirmar, sem titubear, que a Omicron não apresenta maiores riscos que aqueles que são colocados pela Delta, actualmente a mais perigosa e dispersa pelo mundo.