A informação divulgada pela Reuters, com base em declarações do ministro dos Petróleos do Irão, Bijan Zanganeh, é uma relativa surpresa porque o esperado era que o "cartel" coincidisse num valor próximo do 1 mbpd, menos 500 mil bpd que o agora anunciado.

No entanto, esta decisão foi tomada apenas por uma parte à volta da mesa, a OPEP, no primeiro dia de trabalhos da 178ª reunião extraordinária, em Viena de Áustria, faltando agora, na sexta-feira, quando acontece o encontro alargado da OPEP e dos seus aliados, liderados pela Rússia, no âmbito da OPEP+, saber se estes, especialmente a Rússia concordam com estes valores.

Em princípio, notam analistas, a OPEP não estaria a programar um valor de 1,5 mbpd sem que já tivesse uma certa garantia de que a Rússia não vai impedir que se cumpra.

Para que estes valores sejam efectivados já nos próximos dias, ou semanas, os países não-membros da OPEP terão de assumir 500 mil barris nos cortes de 1,5 mbpd, cabendo ao cartel 1 mbpd.

Recorde-se que a OPEP+ tem em curso, desde Janeiro de 2019, um programa de cortes para equilibrar os mercados que consiste em retirar à produção normal 1,7 mbpd e ainda mais 400 mil bpd que a Arábia Saudita decidiu acrescentar à margem do acordo.

Angola, por causa do declínio da sua produção nos últimos anos, dificilmente surgirá como um contribuinte líquido para este esforço suplementar.

Apesar desta notícia, o barril de Brent, em Londres, estava a negociar em baixa a meio da tarde de hoje, nos 50,86 USD, menos 0,53% que no fecho de quarta-feira.