Com o ajuste directo, avaliado em 1,9 milhões de dólares norte-americanos, para aquisição, montagem, transporte e reparação de rodas e rodados para 50 carruagens do Caminho-de-ferro de Benguela, o Presidente da República, João Lourenço, pode "desenterrar" um suposto processo-crime de peculato e associação criminosa na empresa ferroviária, assente em suspeitas de desvio de verbas disponibilizadas anteriormente para a mesma finalidade. A despesa autorizada pelo Chefe de Estado, há dez dias, seria mais uma das várias inseridas num modelo de contratação recorrente, sem referência à entidade contratada, não fosse a investigação em curso no CFB, que já implicou buscas, uma detenção na área financeira e questionamentos ao Conselho de Administração. Lembrar que, há dois anos, já o ministro dos Transportes, Ricardo D"Abreu, tinha providenciado um montante que serviria para acções inscritas no OGE e que agora voltam a ser autorizados por João Lourenço. Tal como noticiou o NJ em Julho de 2023, o presidente do Conselho de Administração, António Manuel Cabral, e colaboradores directos são suspeitos de desvio de um montante superior a cinco milhões de dólares aplicados em vários bancos comerciais.

Tanto é que, segundo excertos de uma peça processual consultada por este semanário, a Procuradoria-geral da República (PGR) solicita ao PCA um documento do Ministério dos Transportes a confirmar que autoriza aplicações bancárias de fundos públicos.

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