As forças de segurança ucranianas desocuparam a sede do governo regional, tomado na quarta-feira, pela segunda vez, por um grupo de manifestantes pró-russos, e içaram sobre a entrada uma bandeira ucraniana no lugar da russa, que havia sido colocada pelos partidários de Gubarev.

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SSU) abriu esta semana um processo penal contra Gubarev por liderar a invasão do edifício governamental.

Os manifestantes pró-russos contestavam a nomeação, no domingo, de um novo governador da região, Serguei Tarut.

Apesar de ser uma cidade onde se fala russo, Donetsk tem sido palco de manifestações contra a presença da Rússia na Crimeia e contra as novas autoridades de Kiev.

A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após o afastamento do ex-presidente Viktor Ianukovich e a presença de militares russos na Crimeia, península do sul do país onde está localizada a frota da Rússia do Mar Negro.

Na terça-feira, em conferência de imprensa, Vladimir Putin alegou que interveio na Crimeia a pedido de Ianukovich e anunciou que mantém o "direito de actuar" na Ucrânia, em último recurso, para defender cidadãos russos.

Já o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, anunciou um pacote de ajuda financeira à Ucrânia de 11 mil milhões de euros. Para hoje está agendado um Conselho Europeu extraordinário para debater a situação.

A crise na Ucrânia começou em Novembro com protestos contra a decisão de Ianukovich de recusar a assinatura de um acordo de associação com a UE e promover uma aproximação à Rússia.

Em fevereiro, após meses de manifestações e confrontos no centro de Kiev, Ianukovich foi afastado, tendo tomado posse um novo governo, pró-ocidental.

Em declarações posteriores, Ianukovich continua a apresentar-se como o Presidente legítimo da Ucrânia, posição que conta com o apoio da Rússia.

Lusa / NJ