Num comunicado divulgado nas redes sociais, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) disse que os casos suspeitos estão concentrados nas cidades de Bulape e Mweka, em Kasai, e que as vítimas incluem profissionais de saúde.
Após a declaração do surto, o director-geral da agência, Jean Kaseya, viajou para a RDC e reuniu-se com o ministro da Saúde, Samuel-Roger Kamba, para coordenar uma resposta ao surto.
O África CDC indicou que equipas especializadas foram mobilizadas para fortalecer a vigilância, o rastreamento de contactos, a gestão de dados, a capacidade laboratorial e as medidas de prevenção e controlo de infecções nas áreas afectadas.
Este é o 16º surto de ébola declarado na RDC, país que faz fronteira com Angola, desde que o vírus foi detectado pela primeira vez em 1976, e o primeiro na província de Kasai desde 2008.
A organização reafirmou o compromisso de apoiar a RDC na luta contra a doença e enfatizou que protegerá os profissionais de saúde da linha de frente por meio de medidas "robustas" de prevenção e controle de infecções, além da vacinação.
O novo surto coincide com outras crises de saúde que o país enfrenta, como mpox e cólera, ocorrendo num contexto de cortes na ajuda internacional após as decisões do Governo dos Estados Unidos e de vários países europeus.
O ébola é uma febre hemorrágica grave que se transmite por contacto directo com sangue ou fluidos corporais de pessoas e animais infectados, com uma taxa de mortalidade que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), oscila entre 60% e 80%.
Entre 2014 e 2016, a pior epidemia registada no mundo causou cerca de 11.300 mortes na África Ocidental - principalmente na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa -, embora a OMS sustente que os números reais terão sido mais elevados.